segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Na mosca!

Recebi um portfolio do Dudu e da Mana no último dia de aula deles: várias fotos tiradas ao longo do ano, principais produções de arte deles, descrição dos gostos e preferências de cada um, entre outras coisas. No final, um relatório com as impressões e percepções da escola sobre o desenvolvimento deles durante o ano. Destaque para um trecho em cada uma das avaliações que, na minha opinião, foram precisas:

Dudu:
"Tem muita imaginação e criatividade e geralmente lidera nas brincadeiras".

Mana:
"Está sempre atenta ao que acontece ao seu redor, tendo facilidade em assimilar tudo que lhe é transmitido".

Vou dizer, isso aí resume!

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Reminiscências...

Fui levar as crianças para a escola hoje. O dia, que acordou meio nublado, já dava mostras de que seria um belo dia de sol - como há muito não se via por essa parte do planeta Terra! Íamos distraídos... cada qual com seus pensamentos matinais... Ocasionalmente:

Mana: "Mamãe, o Vovô Carlos é seu pai?"

Eu: "É".

Silêncio.

Dudu: "Mamãe, quando a gente for para os Estados Unidos de novo eu queria que a Vovó Preta fizesse polenta com ovinho da gema mole para mim".

Eu: "Tá".

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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Imagine a cena

Estava eu saindo da escola com a Mana. Ela toda serelepe, dando os pulinhos de costume. Eu perguntando do dia e cumprimentando as outras mães que chegavam para buscar os seus pimpolhos e tal, quando vem em nossa direção um pai do coleguinha da Mana.

Ao nos aproximarmos, eu, ingênua e inadvertidamente, digo "olá!" para o pai e voltando-me para a Mana:

- "Olha, Maninha, o pai do fulano, seu amiguinho".

Eu sorrio. O pai do menino sorri de volta olhando para a Mana com ar simpático. Seguiríamos cada qual o seu caminho não fosse a autenticidade e espontaneidade das crianças, algo acima de toda a previsibilidade social dos adultos.

Quando a Mana olha para o pai do amigo e o identifica, vira-se para mim e começa a falar algo que o pai ainda sorridente se concentra para ouvir. A Mana diz, então, com toda a carga dramática de quem revive em detalhes uma experiência passada:

- "Mamãe, o fulano chegou perto de mim hoje e... e... pum! [ela faz um movimento brusco e forte contra o seu próprio ombro] me deu um empurrão aqui. Aí, eu... eu... pá! [se desequilibra dando alguns passos para trás e cai estatelada de bunda no chão, bem em cima de umas pedrinhas que havia no chão ainda por cima] caí no chão. Aí, eu... eu chorei muito porque doeu. Aí, a Tante falou para o fulano me pedir desculpa, mas ele não pediu [ênfase para a parte do menino não ter pedido desculpa]."

A cena foi recriada com tanta minúcia e sofrimento que as nossas feições, minha e do pai do menino, foram se alterando gradativamente, passando do sorriso a um meio-sorriso, depois a uma expressão de compartilhamento da dor e compaixão. No final, olhei para o pai e ele não sabia onde enfiar a cara, completamente sem graça. A resconstituição do crime era a prova única e cabal da sua existência e veracidade.

O pai ainda soltou um pedido de desculpa, disse que falaria com o filho, que isso não se faz com uma mocinha tão bonita como a Mana e mais não sabia o que dizer, tadinho... Passada a situação desconsertante pós-encenação e depois de conversar com a Mana sobre o ocorrido, confesso que dei gargalhadas por dentro (para ela não perceber, né?!) lembrando da cara do pai!

A Mana é isso: autêntica e espontânea!

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Com o papai

Vou escrever sobre o que não vi.

No final de semana, estava eu com alguns contratempos de saúde e fiquei de molho o sábado inteiro (tenho esperanças de um dia poder ficar de molho um sábado inteiro sem a parte dos contratempos de saúde...). Pedro, então, partiu para a guerra com as crianças!

Eu não vi bem a hora que saíram e nem a hora que chegaram. Só ouvi algumas frases soltas que as crianças foram de dizendo à noite:

"... a gente comprou pipoca e sentou na frente...", "... o pinguim... happy feet...", "... tem uma parte que ele dança...", "... a gente não viu o filme todo"... "... o papai noel estava no shopping e a gente andou no trem dele...", "... tinha estrelinha..."

As crianças e o seu poder de síntese!

Parece que elas gostaram do passeio.

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Me convenceu...

Passei pela cozinha e pisei num cereal caído no chão.

- Quem deixou cair esse cereal?, perguntei.

Dudu responde, sem demora:

- Eu estava tentando pegar ele, mas ele estava vivo e pulou no chão.






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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Delírios noturnos...

Todas as fases do desenvolvimento de um bebê são mágicas. Todas elas têm o seu quê, o seu encanto, a sua particularidade... Mas de todas (sorrir, rolar, sentar, engatinhar, falar, comer, comer sozinho, dar tchau e qualquer outra da fase de bebê), nada me surpreendeu mais, na minha experiência pessoal com meus filhos, do que o andar. Andar sobre duas pernas somente!!! Sair da estável posição de ter quatro apoios (dois braços e duas pernas no engatinhar)...

Tantas coisas eu já pensei vivenciando e relembrando essas cenas dos meus filhos que ainda me falta tempo para digerir tudo o que isso me inspira. Hoje eu consegui colocar para fora a cena em si... hipotética e intuitiva... uma cena-modelo, digamos assim, do aprender a andar. Por enquanto, é isso.

‎"É espantoso observar todo o processo que leva um bebê a andar: ele se agarra em algo e com a força dos braços e das pernas fica de pé... não dá para acreditar que aquelas perninhas vão segurar o peso do corpo... parece que vão se curvar... mas ele se sustenta... cambaleia... as pernas tão acostumadas a ficarem dobradas vão se aguentar estendidas?... o bebê nem pensa nisso... está de olho num objeto próximo... "ele terá coragem?", pensa quem olha... estende a mãozinha para calcular a distância... quase não se pode acreditar que ele vai conseguir movimentar uma das pernas que o sustenta... mas ele a movimenta... cambaleia... "ele terá coragem?", pensa de novo quem olha... o bebê solta uma mão... pezinhos tão pequenos para um corpo tão grande por cima... movimenta a outra perna... cambaleia... se quiser chegar ao alvo, terá que movimentar a única mão que o apóia... "ele terá coragem?", pensa novamente a única pessoa que está pensando na cena... conseguir manter o corpo ereto e se locomover com somente duas pernas parece tão fora de todos os padrões da física... parece tão óbvio o fim trágico... tão instável... "por quê? pra quê?", pensa a única pessoa da cena que quer respostas ou motivos... de repente... ele solta a outra mão! ele solta a outra mão!... movimenta novamente uma perna e outra e seus braços abertos se agitam como se procurassem um apoio imaginário... parece tão improvável que a reação instintiva de quem vê a cena é ir segurá-lo... surpreendentemente ele não volta atrás... meio desengonçado, meio torto, meio sem jeito... ele... cai! O bebê cai!... e chora... e chora... e olha para um objeto ao lado... e se aproxima dele... e agarra o objeto com a força dos braços e das pernas e fica novamente de pé... e faz tudo e.xa.ta.men.te igual... como se não tivesse caído antes... como se não tivesse chorado... como se não tivesse doído... até que num momento qualquer ele segue... um passo... outro... não cai... mais um... e pronto!... chegou ao alvo inicial!... andou!!! afinal, é perfeitamente possível andar sobre duas pernas!... com o tempo, vai ser até fácil e natural! Nosso bebê conseguiu andar! Isso não diz muito sobre a espécie humana???"

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Villa-Lobos das crianças

Esse foi o espetáculo do último final de semana. Era o último dia da temporada e eu nem sabia. Sorte a nossa que ainda fomos a tempo! As crianças reconheceram o teatro. Achei isso tão legal. A Mana começou a fazer os barulhos do Tum Pá e o Dudu foi mais explícito: "Mamãe, esse é o teatro do Tum Pá, lembra?!".


O "Villa-Lobos para crianças" traz todas aquelas musiquinhas que a gente lembra da infância, cantadas e tocadas com suavidade. As ações dos músicos e atores no palco têm uma delicadeza que nos contagia. O tempo passa rapidinho e devagar ao mesmo tempo! Ouvimos (e cantarolamos): O cravo brigou com a rosa, Terezinha de Jesus, Cai cai balão, Sambalelê, entre outras.

Na saída, compramos um catavento e um ventiladorzinho com luzes utilizados pelos atores durante o espetáculo. Haja negociação com as crianças para definir quem brinca com qual primeiro, quem brinca depois, quanto tempo cada um brinca com um... Faz parte! Deu tudo certo.

PS: Chegamos quase uma hora antes do início do espetáculo para estacionarmos mais próximo ao teatro. Por isso, andamos pelas ruas de Perdizes sem muita pressa e sem destino. Acabamos numa banca de revistas e as crianças escolheram uma revistinhas de atividades. Eu adoro ir em banca de revistas com eles! A Mana vidrou na revista das princesas que vinha com uma lanterna da Pequena Sereia. O Dudu viu logo uma do Happy Feet 2. Ele tem visto muita propaganda do filme e fala muito nele. Acho que já sabemos qual será o próximo programa.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Exames e tratamentos com glamour!

Susto na semana passada! A Mana estava gripada e começou com uma febrinha na madrugada de sábado para domingo, que foi aumentando nos dias seguintes. Na madrugada de domingo para segunda fiquei realmente assustada. O Pedro estava viajando e eu estava sozinha com as crianças. Se precisasse ir ao hospital de urgência...

Notei que não era uma gripe como as outras (mesmo como aquelas em que precisou tomar antibiótico): o coraçãozinho dela batia muito rápido e meio descompassado, achei; a respiração era rápida e curta e a febre custava muito a ceder. O Pedro chegou na segunda e a febre começou a ficar espassada, o que me tranquilizou. Mas na terça (feriado), a febre ainda se mantinha. Medi: 39,1 graus!!! Liguei para o pediatra. Expliquei como a Mana estava e se era melhor levá-la ao hospital logo ou dava para esperar até o outro dia e levá-la ao consultório dele. Eu sempre prefiro levar ao pediatra. Tem me angustiado muito essa coisa dos plantonistas de ouvirem "gripe", "nariz escorrendo" e outras palavras do gênero e imediatamente pedirem raio X. Não que seja radicalmente contra, mas acho que precisa haver critério. Um examezinho clínico primeiro é muito?!

Bem, fiz essa pergunta ao pediatra porque tenho muita confiança nele. A recomendação foi entrar com uma medicação para o "chiado" da Mana (Prelone) e ir ter com ele no dia seguinte. Assim fizemos. Ele examinou a minha pequena e confirmou que o pulmão esquerdo estava apanhado, mas precisava analisar o quanto, por isso deveria mesmo fazer o raio X. Beleza. Vamos a isso. O hospital fica bem em frente ao consultório dele. Nessa hora eu já sabia que teria que ser ligeira: a Mana não gosta nem de ouvir falar em hospital e na única vez em que precisamos fazer um raio X dela foi um deus nos acuda! (inclusive, esse raio X foi pedido pelo plantonista na ocasião sem muito "critério"... me arrependi fortemente de ter feito esse exame... mas, muitas vezes é difícil "bancar" certas coisas quando o que está em jogo é o sua filha doente... paciência. Ficou algum aprendizado daí).

Com cheirinho de
 tutti-frutti ainda por cima!
Enquanto descíamos para a rua, falei com a Mana: "O que vc acha da gente ir tirar uma foto agora?". (Sim! Eu explorei a vaidade da menina!!! rs) Mana: "Eu quero!". E assim foi. Ela aguentou todo o tempo da espera na expectativa dessa foto. A moça que fez o raio X foi muito simpática, o que ajudou muito. Logo de cara já deu uma caixinha rosa para a pequena - rosa, todos sabem, linguagem universal das meninas de 2 anos. Entrou no clima de que seria uma foto, colocou o aparelho na vertical, elevou o local onde a Mana ficaria e pôs ela sentadinha... Aí foi só na manha: "segura nessa bolinha de um lado", "segura nessa bolinha de outro" (para ficar com os braços abertos), "dá um sorriso", "levanta a cabeça", "pronto!", "agora vira de lado", "segura a bolinha com as duas mãos", "levanta a cabeça", "isso!".

Quando ela entregou as radiografias prontas, a Mana fez questão de as levar. Queria porque queria colocar dentro dessa coisinha rosa. Como?! "Não cabe, Mana". Ela não se conformou. Dei uma foto dela que trago na carteira e mais uma questão resolvida. Já na garagem para vir para casa, o papai chegou de taxi, preocupado como estava com a princesinha. Trouxe o atual biscoito favorito dela: Trakinas! :)

Já em casa, demos todos os remédios e cama! Mas... em vez de melhorar, a Mana piorou. Passou a noite inteirinha tossindo ininterruptamente. Foi sofrido ver a bichinha tossindo tanto sem ter o que fazer. Logo que amanheceu, liguei para o pediatra que deu algumas instruções de medicamentos para diminuir a tosse. Nessa manhã, a Mana não falou uma palavra. Defintivamente isso não é um bom sinal. Com uma mãe, 3 tias e 2 avós que falam pelos cotovelos, essa situação realmente não condiz com o histórico... com a genética dessa criança. Só ao meio-dia ela sentou no sofá e disse duas frases. Alívio. Agora eu sabia que estava tudo bem!

Desde então ela vem se recuperando a passos largos. O mais engraçado é quando ela vai fazer inalação (4 por dia). Ela implicou com a fumacinha no olho dela. Rapidamente o "Setor de invencionices para grandes emergências" aqui de casa (eu) inventou mais uma: "Vamos colocar o óculos de sol rosa que a Vovó Adelaide mandou para proteger o seus olhos, Mana!". Luzinhas de "glamour à vista" piscando dentro da cabecinha da Mana, que retribuiu à idéia com um sorriso de satisfação.



A pessoa fica debilitada mas não perde a pose jamais, né, minha gente?! Tenho que tirar uma foto da cena para a posteridade!





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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Teleférico e parapentes...

No final de semana passado, a gente saiu para ir ao Museu do Mar em Santos. Mas, no meio do caminho tinha uma pedra... Não! No meio do caminho tinha uma placa dizendo: "Teleférico". O Pedro olhou para mim, eu olhei para ele, nós olhamos para as crianças dormindo... Bem, ainda faltava um pouquinho para elas almoçarem. Resolvemos ir ver como seria o tal Teleférico de São Vicente.

Não foi difícil encontrar. Bem à beira-mar. Também não foi difícil estacionar (surpreendentemente!). Alguém tirava o carro no exato momento em que passávamos. Saímos do carro e passamos protetor nas crianças. Compramos nossos ingressos e seguimos por uma rampa, nos posicionamos (Dudu no meu colo e Mana no colo do pai), sentamos na cadeira e subimos devagarinho... primeiro passamos por cima da avenida que margeia o mar e vimos os carros lá embaixo. As crianças ficaram contentes. "Atenção! Não pode mexer muito o pezinho se não as crocs vão cair lá embaixo e não tem como pegar de volta!". E elas se comportaram lindamente. O céu estava azul e o pedaço de Mata Atlântica na nossa frente tão verdinho que dava gosto... macaquinhos no meio das árvores (e a Mana teve um certo medinho...), ventinho suave no rosto, cheiro de mar, barulho de passarinho, pés batendo nas folhas das árvores... sossego.

Lá no alto, para onde estávamos indo, um colorido especial de parapentes! Vários!!! Fomos ver a saída de alguns. Já com fome, descemos o teleférico contando os parapentes e falando das suas cores. Dudu viu um que era quase igual às cores do Herbie (referência-mor...rs). E aos pouquinhos, a linda paisagem do mar foi se descortinando por entre o verde da Mata Atlântica:





Já na chegada ao ponto de descida, ainda brincamos com uns passarinhos que estavam saltitando na grama. A gente tinha trocado de lugar: eles na terra e a gente no ar!

Comprei duas fotos que tiraram da gente na chegada e seguimos para um quiosque ao lado para almoçar. Espetinho de frango e linguiça com batata e mandioca frita. Todo mundo comeu. Pedro foi até o mar molhar os pés na água com as crianças. Hora de ir para casa! "Não! A gente quer ia mais uma vez lá em cima!", disseram Dudu e Mana. Como dizer "não" para uma experiência tão agradável e descompromissada? Mais uma subida lenta e tranquila. Dessa vez, vimos um fusquinha passando na avenida enquanto subíamos. Mais parapente lá no alto. Mais árvore batendo no pé. Mais carinha de sossego das crianças recostadas no nosso peito, com o sol e o vento obrigando que elas fechassem os olhinhos e relaxassem...

Volta para casa tranquila.

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sábado, 12 de novembro de 2011

Trocando as bolas

Cena 1. Quarto.

Pedro: Mana, qual a cor do cavalo branco de Napoleão?
Mana: Não sei.
Pedro: Branca.
5 segundos depois.
Pedro: E qual a coisa, qual é ela, cai no chão, fica amarela?
Mana: Não sei.
Pedro: O ovo.
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Cena 2. Cozinha. Karol lavando a louça. Na sequência da conversa anterior com o pai, a Mana chega na cozinha.

Mana: Mamãe, qual a cor do cavalo branco, cai no chão é o ovo?
(momento difícil para a mãe segurar o riso)
Karol: Não sei...
Mana: Branco!

Mana sai toda contente e saltitante.

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Cena 3. Mana retorna ao quarto e repete com o Pedro a sequência de perguntas e respostas anteriores.

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Cena 4. Cozinha novamente.

Mana: Mamãe, qual a coisa que cai no chão e fica amarela?
Karol: Ah... o ovo?
Mana: Não. Branco!

Novamente ela sai contente e saltitante.

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Museu do Futebol

Com o friozinho de arrebentar da semana passada, optamos por passeios in door. No feriado da quarta-feira passada, 2 de novembro, fomos parar no Museu do Futebol. "E as crianças aproveitaram?", algumas pessoas me perguntaram quando contei. Eu digo o seguinte: aproveitar, aproveitar mesmo só quem é fissurado em futebol. Tem MUITA informação bacana ali. Aquele museu não é para amadores... Vc sabe a escalação inteira (incluindo banco de reservas) da seleção brasileira no jogo contra a Venezuela em 1983? Não? Então vc não vai aproveitar todo o potencial do museu. Desculpe.

Maaaaaas, isso não quer dizer que não possa ir e se deliciar com as imagens de jogadas antigas, do tempo que vc nem era vivo; que não possa rever e sentir a emoção da narração de jogadas espetaculares de copas passadas que vc assistiu e vibrou; que não possa se arrepiar com a reação da torcida em determinado ponto da exposição e perceber a reação dos seus filhos a esse momento; que não possa jogar deixar seus filhos jogarem um futebolzinho virtual e ter que administrar a disputa dos dois pela posse de bola única e exclusiva (da série: "Ensinando seus filhos a importância de se compartilhar - edição museu"); que não possa brincar deixar seu filho brincar de chute a gol; que não possa ver um certo jogador famoso exibindo suas habilidades com embaixadinhas num filme em 3D; que não possa passar pelo restaurante na saída e resolver almoçar por ali mesmo - arroz, feijão, farofa, linguiça e carne, salada e mais um sorvete de sobremesa.

Pois foi isso que fizemos! Agora estou tentando achar o outro ingresso para ver se consigo acessar a foto tirada do Dudu no momento em que ele participou do chute a gol.



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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O "papel de mãe"

Não sei bem o que é a sabedoria popular, mas ela é impressionante. Ela se manifesta de diversas formas, inclusive através dos ditados populares. Eles existem aos montes e servem para as mais variadas situações. Não importa o que esteja acontecendo, sempre tem um ditadozinho esperando para ser citado e, quase sempre, confirmado.

Alguns são específicos. Servem apenas para uma situação em particular. Outros são tão abrangentes que quase sempre são usados. É o caso de "rapadura é doce mas não é mole". Basta que a situação em questão seja difícil, mas traga uma boa recompensa, para que esteja apta a servir de palco para esse ditado brilhar. Cá para mim, o melhor palco para esse ditado é a vida de mãe. É uma vida tão, tão doce... mas não é mole.

Na verdade, quando digo que não é mole, nem estou considerando o esforço físico: pega no colo, dá banho, troca a roupa, dá a comida, escova os dentes, faz comida, pentei o cabelo, coloca pra dormir, lê histórias, relê histórias, faz a mamadeira, lava a mamadeira, esteriliza a mamadeira, guarda a mamadeira, compra fruta, faz suco, faz mingau, troca a fralda... ufa! Melhor parar a listagem por aqui. O esforço físico existe, mas a dificuldade de que falo está relacionada à responsabilidade pela educação de um filho. [Óbvio que acaba se misturando com os esforços físicos.]

Quer dizer, a responsabilidade de ensinar ao filho a importância de se escovar os dentes é algo que também inclui o fato de pegar a escova, colocar o creme dental e ir você mesma, durante os primeiros anos, escovar dente por dente do seu filho, incluindo a língua. Todos os dias, 2 a 3 vezes [ou mais]. E ainda tem o fio dental. Muitas vezes ele vai chorar, dizer que não quer, mas o trabalho precisa ser feito para que, mais tarde, você possa se orgulhar do lindo sorriso do seu filho e para que ele não sofra tendo que passar pelas "torturas" na cadeira do dentista. E é aqui que o dilema dificuldade X recompensa toma outra dimensão e se transforma em identificação X papel de mãe.

Quando um filho nasce, uma das coisas mais importantes que deve ocorrer na relação mãe-bebê é a identificação. É através dela que a gente "adivinha" que o bebê está com fome, com sono, com frio ou com calor. A gente fica tão conectada àquele ser que consegue "sentir o que ele sente", imaginar o que ele quer/precisa. Graças a ela, podemos suprir o nosso bebê de tudo o que ele precisa e a cada vez que isso acontece também nós, nos sentimos supridas, confortadas. Pode-se dizer que é através da identificação que a mulher se coloca no lugar do filho para, então, se colocar no lugar de mãe.

Mas nem tudo são flores... nós temos responsabilidades para com esta criança que devem ser cumpridas, ainda que isso signifique, muitas e muitas vezes, agir no sentido oposto ao que o filho deseja. Em outras palavras, apesar de saber o que seu filho deseja e ser capaz de "sentir" o desejo junto com ele, a mãe tem que cumprir o seu papel.

Na minha curta carreira de mãe, já passei inúmeras vezes por esta situação e a primeira vez que me dei conta [por experiência própria] desse dilema implícito de toda mãe foi quando perguntei ao pediatra se termômetros que mediam a febre pela testa (sem nem ao menos ter necessidade de tocar a pele do bebê) eram seguros. Ele me olhou parecendo não ter entendido bem a pergunta: "Mas por que está me perguntando isso? Use os termômetros de pôr embaixo do braço mesmo. Eles são bons". Eu respondi: "Mas é que o Dudu chora muito e não me deixa colocar de jeito nenhum. Ele se mexe bastante". Lembro bem que o que ele disse depois era tão óbvio que me fez sentir uma boba: "É só colocar o termômetro embaixo do braço dele e segurá-lo por alguns segundos. Ele tem 1 ano. Você é muito mais forte do que ele. Não machuca nada. Na verdade, não tem nenhum efeito direto ou colateral a não ser o fato de te informar a temperatura do seu filho, o que é de grande importância".

Tão simples. Ele tinha toda razão! Mas por que me custava tanto? Resposta: porque naquele momento eu estava inteiramente identificada com meu filho e não conseguia sair desse lugar e ocupar o lugar de mãe, com o dever que isso implica - neste caso, avaliar a temperatura do meu filho. Eu não sei o que ele sentia quando eu tentava colocar o termômetro, mas, fosse o que fosse, eu sentia o mesmo. E não conseguia sair dali. E isso que é duro: eu tenho que sair e fazer o que se espera, exercer esta parte que me cabe como mãe.

[Estou falando aqui de uma situação em que facilmente se percebe essa encruzilhada no caminho do ser mãe. Quantas e quantas outras situações tão sutis passam completamente despercebidas... Lembro de uma passagem de um livro que li: uma mãe diz ao psicólogo estar preocupada com o fato do filho só fazer coco no box do banheiro. A única intervenção do psicólogo foi perguntar: "E você deixa?". Resultado: Nunca mais a criança fez coco no box.]

É por isso que é tão difícil, muitas vezes, dizer não ao filho ou manter uma decisão diante do choro inconsolável dele. Aos olhos dos outros, mãe que cede à birra do filho não tem autoridade, é boba e todas as outras críticas tão comuns - que todos sabem quais são, afinal, quem nunca criticou uma mãe nessa situação que atire a primeira pedra. O que não se sabe é da identificação da mãe com o filho e dos motivos dela.

Encontrar o equilíbrio entre a identificação com o filho e o seu papel de mãe é um grande desafio que a gente trava com a gente mesma sem nem ao menos saber. Mas não é o único. Também pode acontecer o exato oposto do que já foi dito aqui e a insistência em agir supostamente segundo o "papel de mãe" seja só uma desculpa para perpetuar antigas práticas familiares, para obter gozo do exercício de um poder que se deseja sentir ou até uma vingança velada.

Explico melhor: criança não pode fazer muita coisa porque é perigoso ou impróprio para a sua idade e cabe à mãe zelar para que ela não o faça. Por isso, mãe também tem que saber dizer não. Essa é a saída da identificação tão difícil de que falei até agora. Ocorre que, muitas vezes, mães dizem não para seus filhos, e o mantém custe o que custar, sem que realmente o não seja necessário.

"Não pode sair da mesa até que coma todo o peixe!" - é a prática familiar que a mãe vivenciou e que repete com o filho, sem se questionar sobre a conveniência atual dela. Será mesmo que o filho precisa comer todo o peixe? Sempre? Esse é um exemplo simples de como a função de mãe é usada para impor regras passadas de geração em geração, sem que questionamentos sejam feitos. Por que meu filho não pode ter o direito de não querer comer essa ou aquela comida hoje ou amanhã, de não gostar de determinada fruta? Ainda mais considerando que todo mundo não tem vontade de comer peixe alguns dias ou não gosta mesmo de determinada fruta...

Usando este mesmo exemplo, que bela maneira de exercer poder sobre outra pessoa, ainda que essa pessoa seja uma criança indefesa?! Assim é que se pode "compensar" a incapacidade de gerir pessoas no trabalho ou a passividade diante do chefe, de outros amigos, de outras situações. O filho não tem alternativa a não ser se submeter. E nós [pais] nos regozijamos pela sensação de total poder. "Viram como ele me obedece?!"

Há ainda ocasiões em que ficamos realmente irritadas com algum comportamento do filho e obrigá-lo a comer todo o peixe para só então permitir que ele se retire da mesa é uma maneira de nos vingarmos inconscientemente. Quem porá em cheque o nobre dever da mãe zelosa que quer que o filho coma uma comida saudável? Nem a própria mãe! Por isso, a "vingança" nem chega a se tornar consciente e assume ares de "papel de mãe".

Resumindo a coisa toda (se é que é possível), é duro o papel de mãe: quando ele se faz necessário, é difícil exercê-lo face a identificação; quando conseguimos agir segundo ele, é importante ponderar sobre sua real necessidade/conveniência. Vida de mãe é mesmo como rapadura...

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sábado, 15 de outubro de 2011

DVD!

No dia das crianças fomos à Fnac para comprar os presentes próprios para o dia. A Mana estava certa que queria trazer um livro da Dora, a aventureira. Para o Dudu era um joguinho de carros para o XBox Kinect.

Resultado final: Mana trouxe um DVD da Dora em que ela é uma bailarina (será por quê?!) e o Dudu trouxe o jogo oficial da Fórmula 1 2011 para XBox (será por quê?!). E eu fui a mais feliz em poder escolher para os dois o DVD do Pato Fu, gravado no show em que nós fomos.

Obviamente que não faltaram livros. O Pedro trouxe para eles o livro das "Mil e uma noites" e já começou a ler com o Dudu (a Mana não aguenta muito ainda). Já há algum tempo que o Pedro lê livros mais extensos com o Dudu. Eles lêem um pouco, põem um marcador de página e continuam no dia seguinte. Eu acho isso particularmente bonito porque ler é dedicação e esforço também.

A Mana escolheu um livro pela cor: rosa! Tudo bem. O futuro te reserva muito mais!
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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Semana da Criança

Em comemoração ao dia das crianças, a escola das crianças promove a semana da criança! Cada dia elas preparam uma atração diferente. Esse ano foi assim:

Segunda-feira: Teatro
Diferentemente dos outros anos, em que um grupo era convidado para contar ou encenar histórias, as próprias professoras encenaram uma peça. No caso, "O soldadinho de chumbo". A Mana ficou absolutamente encantada com a bailarina! Uma das professoras dela é bailarina clássica e a minha pequena descreveu em detalhes, com os olhos brilhando, todos os movimentos da bailarina. Essa mesma professora me disse no dia seguinte: "Sua filha nasceu para ser bailarina. Impressionante como os movimentos naturais dela são perfeitos para o balé!". E a mãe aqui sorriu feliz...

Terça-feira: Dia do Padeiro
Todo mundo fez pão - com cenoura e trigo integral. Uma lindeza. Mas só trouxeram suas produções gastronômicas para casa no dia seguinte porque os pães precisavam ser assados e devidamente embalados.

Quarta-feira: Aniversário do Teddy
O ursinho-mascote da escola fez aniverário. Teve bolo com recheio de morango e o Dudu me jurou que ele comeu! Para minha surpresa. Por que as crianças comem muito melhor na escola do que em casa, afinal? Eles trouxeram para casa o pãozinho feito no dia anterior e mais uma forminha linda de bolo, com um pacotinho de bolo Dona Benta.

Forma com furo para a Mana

Forma com fundo removível para o Dudu

Também veio uma folha com receitas de pães e biscoitinhos que eles fizeram.


Quinta-feira: Dia da Meleca
Um monte de bacias com tintas de diferentes cores espalhadas pelo pátio da escola para que as crianças pintem onde quiserem (chão, paredes...) usando o que quiserem (pincéis, mãos, pés, bumbum...). Dudu e Mana só falavam disso a semana inteira! Fizeram a festa!

Sexta-feira: Oficina de instrumentos musicais
A professora de música da escola é uma pessoa extremamente doce e serena. Acho que isso vai passando com a música. Vira e mexe eles identificam músicas que foram apresentadas a eles pela professora. Eles fizeram instrumentos nesse dia e trouxeram esses para casa:


Depois eu tive que me preparar para a semana seguinte (a do dia 12 de outubro mesmo) porque eu teria que inventar mil coisas para cada dia deles em casa também. Eles passaram essa semana sem aula. Haja criatividade!

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O fim que merece

E é isso que acontece quando se deixa um bloquinho de post it na mão de duas crianças (4 e 2 anos):

Foi feito pra isso, ora bolas!

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Kart


Que o Dudu adora carros não é novidade para mais ninguém que nos conheça minimamente. Que o Pedro e eu gostamos de manter nossos filhos em contato com tudo o que se relaciona aos seus gostos [e não só] também não. Foi por causa da conexão dessas duas coisas que estivemos há dois finais de semana no Kartódromo Internacional da Granja Viana.


Há algum tempo andamos procurando opções para ele experimentar uma volta de kart, ainda que fosse naqueles babykarts para ir junto com o pai. Infelizmente [ou felizmente, dependendo do ponto de vista...rs], não encontramos este último tipo e nem há por essas bandas kart para crianças de 4 anos. Ele vai ter que esperar mais uns dois ou três anos para sentir essa emoção. Haja coração! [como diria um famoso locutor de corridas].

Mas... nada nos impede de ir assistir corridas de kart! Assim ele pode se familiarizar com o ambiente, a gente pode perceber se ele se acostuma com aquele barulho, dá pra ir aprendendo com a corrida dos outros e é sempre um toque de realidade em contraposição às corridas no PlayStation e às corridas de Fórmula 1 pela televisão [e pela internet - sim! ele revê todas as corridas e os melhores momentos pela internet depois que a corrida acaba! pois eu não estou dizendo que ele adora carros???].




Nesse kartódromo tem um café e uma esplanada, com vista para a pista, que nos pareceu bem agradável. Vamos ver se conseguimos ir um dia para almoçar e ficar por lá de olho na movimentação dos pilotos na pista. É legal ver as disputas nas curvas, as escapadas dos pilotos, as batidas. Acho que é bom para o Dudu perceber que não é fácil guiar um "carro" em condições reais de disputa.

Confissão: nada disso é fácil para o meu coração de mãe!!! Mas...

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sábado, 8 de outubro de 2011

Ciranda das Flores

Voltamos ao Teatro do Centro da Terra na estréia da peça Ciranda das Flores (01 de outubro). A história me pareceu bonita [embora pudesse ser mencionado no resumo o quanto eles exploram as cantigas populares] e a classificação me chamou a atenção: 3 anos. Eu não gosto muito de classificações para teatro infantil. Acho que isso só se justifica quando há algo muito específico no espetáculo que não torne possível a participação de crianças menores - como no caso d'O Ilha do Tesouro, que eu já mencionei aqui, em que as crianças se separam dos pais. No mais, não há motivos para que uma criança bem pequena ou mesmo um bebê não usufrua da experiência. Eles vão aproveitar da maneira que lhes for possível. Não é assim com os adultos também em espetáculos adultos?!

Bem, a classificação me chamou a atenção por ser raro encontrar espetáculos com classificação tão baixa. E isso me deixou curiosa. Compramos os ingressos e fomos. Que fofura! É uma história bem singela, mas percebe-se que tudo foi feito com carinho ali. Não há grandes produções. Além disso, as cantigas populares dão o tom e encadeiam as diversas histórias contadas ali. Histórias simples, sem grandes pretensões, deixando tudo muito leve, gostoso. As crianças gostaram. Foi um finzinho de tarde agradável. Quando a gente chegou em casa, o Dudu falou na cozinha: "Eu gosto de teatro e de cinema". E eu gosto de você, meu gatinho! De você e da Mana!

Fonte: www.centrodaterra.com.br

As musiquinhas são tão gostosas que eu me peguei cantando várias delas durante o espetáculo e só percebia porque as crianças me olhavam achando graça.

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Complexo de Inferioridade?

O preferido!

O Dudu é absolutamente vidrado em carros. De todos os tipos. Descobriu há tempos um jogo de carros do PlayStation do pai [Gran Turismo 4 ou, simplesmente, "jogo dos carros brancos", como ele diz] e, desde então não parou mais de jogar. Ele sabe o nome de todos os carros do jogo, as cores disponíveis para cada um, a melhor pista para correr com eles (se na terra, no asfalto, pista de cidade, na neve e tudo o mais que for critério de avaliação), conhece todos os circuitos, sabe quais carros são mais "fortes" e quais são mais "fracos", sabe quais carros quer "comprar" e sabe muito bem ganhar uma corrida, o danadinho!

Tem horas que fico mesmo muito admirada com a rapidez com que ele toma o primeiro lugar, saindo do último. Brinco chamando ele de "Chick Hicks", a personagem do filme Carros que bate em todo mundo para ganhar. É que o Dudu entra bem agressivo na largada e nas curvas e já se posiciona sem deixar espaço para o adversário. Cansei de chegar em último em corridas que ele chega em primeiro com folga.


A gente [o pai] acabou comprando outros jogos para ele poder experimentar e ir aprimorando a técnica. Muito bonitinho quando ele faz uma boa corrida e chega em primeiro e quer ver as cenas da corrida. Fica lá comentando, apontando as manobras que fez e as tentativas do adversário. 

E eu fico aqui pensando como esses gostos e preferências vão se configurando na cabeça e no coração da gente porque eu nunca dei ênfase às corridas e aos carros. Foi algo muito natural no Dudu. Ninguém fica explicando qual o carro melhor para a terra... ele ouve um comentário aqui, outro ali, observa os carros que estão na pista nas chamadas de início do jogo ou na própria contracapa... sei lá! Só sei que ele vai absorvendo informações e vai usando a seu próprio favor. Sim, porque experimenta escolher um carro melhor que o dele para você ver se ele não reage e pede para vc mudar?! Ou muda sutilmente o dele para outro melhor...

Semana passada ele queria jogar o "jogo das motos" [o primeiro da direita na foto acima] e eu estava tratando de algumas coisas urgentes na cozinha. Ele não parava de me chamar para jogar. E eu, atarefada, disse para ele ir treinando [ ;) ]que eu já ia jogar com ele. Ao que ele me respondeu irritado:

"Eu não gosto de jogar sozinho. Eu sempre perco quando jogo sozinho!"

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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Primavera

Chegou a primavera e eu resolvi mudar o enfeite na porta de entrada de casa. Fiquei com o tema óbvio da estação: flores! Usei papel seda de várias cores, uma caixinha de plástico de tomatinho do Mickey (foto ao lado), cola branca, cola quente, limpador de cachimbo de diversas cores.

Comecei picando muito papel seda verde em pedacinhos e passei cola branca na caixinha. As crianças iam passando a cola também e colando os pedaços de papel, passando cola por cima deles e colando de novo e vamo' embora! Logo eles começaram a passar cola nos papéis sulfite em cima da mesa e fazendo as suas próprias colagens, alheios ao meu processo criativo. Tudo bem. Segui com o acabamento da caixinha. Deixei ela toda forrada de papel verde.

Depois começamos a fazer bolinhas de papel bem pequenas para fazer as flores. Aí foi o caos! Eles desembestaram a fazer bolinhas e a nossa arte foi para o beleléu. Resultado: fiz 98% do enfeite sozinha, mas eles puderam mexer na cola e manusear o papel e fazer bolinha (exercício motor muito bom na idade deles) e criaram os próprios "desenhos" no papel. Quando eu terminei, ficou assim:

Já pendurado na porta

Adoro a aranha, que não deu pra ver direito na foto, mas tem até uma teia nela. Adoro a lagartinha verde no canto inferior esquerdo da caixinha... tão sutil...rs (dá até um certo nojinho de tão real que está...rs). Gosto da joaninha do lado direito (quem não gosta de joaninha?). Foi a Mana quem fez os pontinhos pretos dela. Gosto da abelha feita de limpador de cachimbo amarelo e preto enrolados com dois tufos de papel seda amarelo de cada lado. Tem um caracol bem ali atrás das flores roxa e vermelha.

Tudo foi fixado com cola quente e pus um pouco de papel seda verde picadinho para esconder a base das flores e dar um ar de matinho. Eu gostei e as crianças também disseram ter gostado. O próximo enfeite deve ser de natal, mas ainda vai demorar um pouquinho.

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mocinha

Desde a quarta-feira, 28 de setembro de 2011, minha Mana já não usa fraldas durante o dia... Ela estava com um pouco de diarréia (virose) e isso estava dando um trabalho para limpá-la... Então, conversei sobre como seria mais fácil de limpar o bumbum se ela fizesse coco no penico. E ela, que tem uma capacidade enorme de entender tudo o que eu digo, resolveu tentar. De lá pra cá nunca deixou "escapulir" nem um xixizinho. Sempre me avisa quando quer sentar no "troninho".

O trono!

Ainda bem que eu comprei esse penico na última viagem aos Estados Unidos. Ele é muito prático de limpar e tem esse assento de borracha que não machuca o bumbum. Ela fica lá sentadinha e me pede para contar a mesma história que eu sempre contei ao Dudu para mantê-lo sentadinho enquanto fazia o coco:

"Era uma vez um menino que estava brincando na quadra. De repente, começou a ventar. O vento foi aumentando, aumentando [vou bagunçando o cabelo imitando uma ventania], até que o menino encostou na grade da quadra [barulho e encenação de quem se estabaca na grade]. Uma folha de papel parou na cara do menino e o vento parou. Ele leu o que estava escrito no papel: "Venha até a pracinha". O menino ficou desconfiado e foi procurar o autor da mensagem. Chegando lá, ninguém veio falar com ele. Então, ele resolveu brincar. Quando estava descendo o escorrega, viu algo escrito: "Venha até o supermercado". Novamente, lá foi ele descobrir quem era. Mas ninguém falou com ele. Resolveu comprar um biscoito. Quando começou a comer, achou um papelzinho no pacote que dizia assim: "Venha até a padaria". Lá foi ele. De novo, ninguém falou com ele. Resolveu comer um pão de queijo. Deu a primeira mordida. Na segunda, um papelzinho bem no meio do pão. Abriu. Estava escrito: "Venha até a quadra". "De novo?", pensou o menino. Dessa vez ele foi chegando bem devagarinho. Ouviu um barulhinho de gente conversando [imito o som], que foi aumentando quando ele foi se aproximando mais [aumento o som também]. Até que quando ele chegou na quadra... Surpresa! "Parabéns pra você. Nessa data querida. Muitas felicidades. Muitos anos de vida. Viva o menino!". Estavam o papai, a mamãe, o irmão, a irmã, os primos, as primas, os tios, as tias, o vovô, a vovó, o outro vovô, a outra vovó, os amigos do prédio, os amigos da escola, as professoras, todo mundo para dar um abraço no menino." [fim]

Toda vez que ela vai ao banheiro, tenho que contar essa história (às vezes penso que poderia ter inventando uma história menor...). Em todas as vezes, ela fica com o olho arregalado curiosa para saber o final como se nunca tivesse ouvido a história antes (aí penso que tá de bom tamanho). Com o Dudu era a mesma coisa. Agora ele já vai sozinho e só me chama no final para o trabalho árduo: "Maaaaamããããeeeee".

Ela ficou tão empolgada com as calcinhas da Miffy que ganhou da Vovó Adelaide que queria dormir com elas. Achei melhor não tentar me aventurar por aí agora. Não tem necessidade de ser tão cedo assim a retirada da fralda noturna. Entretanto... na noite passada ela acordou de madrugada me pedindo para ir ao banheiro fazer xixi. Expliquei que ela estava de fralda e poderia fazer lá mesmo, mas ela não quis. Só no penico. Ok! Fomos ao banheiro e ela fez no vaso sanitário (com redutor). E a carinha dela de mocinha olhando pra mim enquanto fazia xixi?! Só quem a conhece sabe da carinha que estou falando...

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Segundo passo

Ouço muitas vezes as pessoas dizerem que algo aconteceu com elas para que pudessem ter aprendido determinada coisa. Eu penso ser o contrário... Acho que em cada experiência que temos podemos apreender um monte de coisas, mas só nos chama a atenção aquele aspecto a que estamos mais sensíveis.

Hoje posso lembrar de diversas situações em que poderia ter percebido que o melhor seria manter o Dudu na mesma escolinha por mais um ano, mas foi só no final do ano passado, quando fui informada de que talvez não houvesse vaga para o Dudu na escola que queria matriculá-lo, que essa questão da "necessidade" de mudança se colocou e eu pude refletir sobre ela. Ainda bem que isso aconteceu a tempo e ainda bem que eu me permiti a reflexão e, posteriormente, a mudança de opinião.

Ficou assim na minha cabeça: as escolas "grandes" (no sentido de que vão até o ensino médio) que me agradaram aceitam as crianças a partir dos 4 anos. Logo, o Dudu mudaria de escola com 4 anos. Infelizmente, não fiz grandes questionamentos sobre isso naquele momento. Essas duas escolas "grandes" me pareceram atrativas e igualmente interessantes.

Na primeira, havia atividades no currículo normal pouco usuais, como flauta doce e marcenaria. Olha que fofo! Normalmente, essas são opções extra-curriculares (quando oferecidas). Outro ponto positivo era a localização (importante em se tratando de uma cidade como São Paulo). Me chamou a atenção na reunião que eles fazem para apresentar a escola aos pais interessados, a maneira um tanto "seca" com que a diretora se relacionou com os pais e o "jeito" com que mostrou a escola - por momentos, cheguei a pensar que ela estava nos fazendo um favor. Entretanto, isso me pareceu um detalhe na ocasião. Até porque, 90% das crianças da sala do Dudu tinham irmãos mais velhos que estudavam nessa escola e as mães me diziam maravilhas sobre a filosofia de trabalho da escola.

A segunda escola visitada tinha uma área es.pe.ta.cu.lar; oferecia muitas opções em termos de arte e esportes - coisa que valorizo numa escola porque expande os horizontes dos alunos e, minha opinião, favorece um olhar mais objetivo e consciente para a função do estudo. Na reunião de pais para apresentar a escola, diferentemente da anterior, havia uma evidente preocupação em se dar a conhecer. Por outro lado, para chegar até esse "paraíso", há um dado de realidade fortíssimo: o trânsito! Implacável.

Bem, ficamos com a primeira escola. E ficamos esperando sermos chamados em outubro de 2010 para compor a classe do Jardim I de 2011. Porém, nada acontecia. Resolvi ligar e me informaram que o Dudu era o décimo oitavo na lista e que faltavam vinte vagas para serem preenchidas. Boa, pensei. Era só uma questão de tempo. Dez dias depois, nenhum telefonema. Liguei novamente. Faltava uma vaga e o Dudu era o oitavo da lista! Alerta vermelho!!! Que espécie de matemática era essa que eu não conhecia??? Diante dessa situação, o Pedro e eu passamos a pensar em outras possibilidades. E é aí que está todo o encanto das situações que geram instabilidade: dão um frio na barriga, geram muita apreensão, nos fazem pensar que não temos saída e que aquele é o fim e, com isso, fazem a gente pensar, provocam, nos tornam mais conscientes das nossas vivências.

Comecei a repensar as escolas que visitamos, pude olhar com mais cuidado para as impressões negativas que tive da primeira escola, revisitei a segunda escola, conversei com mais calma e com um olhar mais crítico com a diretora da escola do Dudu, consegui perceber o óbvio, que as escolas aceitavam crianças a partir dos 4 anos, mas o meu filho não precisava ir pra lá com essa idade, refleti sobre o que seria melhor para o Dudu - o desafio de uma escola nova com outras exigências para as crianças ou a segurança da escola pequena a que ele já estava habituado... refiz todo o processo de escolha da escola mentalmente.

Numa das ligações que fiz para a escola para falar sobre a possibilidade da vaga, falei da minha preocupação com o fato de toda a sala do Dudu, praticamente, ter ido para essa escola e que ele não acompanharia o grupinho. A funcionária da escola ficou apreensiva com essa informação e perguntou qual a escola do Dudu. Quando respondi, ela se mostrou bastante preocupada e alegou que os alunos dessa escola têm prioridade lá e que ela não tinha essa informação da escola de "origem" - o que sinalizava para a qualidade da escola em que o Dudu estava. Entretanto, se nesse dia não havia vaga para o Dudu, contrária a universalidade da matemática, no dia seguinte, milagrosamente, ops!, surgiu uma vaga para ele. Em outras palavras, primeiro a escola "passou" crianças na frente do Dudu, depois passou o Dudu na frente de outras crianças. Seria esse o tipo de escola que queria para o meu filho? Recusei a vaga. Disse que tinha decidido matricular a minha filha na mesma escola em que o Dudu estava e que seria mais fácil mantê-lo lá também. No próximo ano decidiria a mudança. Acho que ela não gostou, mas eu gostei muito.

Fiquei pensando no Dudu... achei que seria importante para ele continuar naquela escola que eu gostava tanto e que sei que ele também gosta, se sente bem. Achei que seria importante para ele ficar na sala dos "grandes". Achei que seria importante para ele ser um dos mais velhos da turma e poder desfrutar da segurança e confiança dessa posição. Achei que seria importante para ele descobrir novos amigos e entrar em contato com os amigos que ficaram na escolinha também e que ele não teve oportunidade de brincar no ano anterior. Enfim, em 2011 o Dudu continuou na mesma escolinha tão querida! As conversas com a diretora dessa escola me ajudaram muito nesse processo - lúcida, sensível e cuidadosa.

Nos dois primeiros dias de aula, ele ficou um tanto quieto e meio tristonho... perguntou dos antigos amigos... não queria que eu fosse embora da sala quando ia deixá-lo lá... fiquei com o coração na mão... Será que tinha feito a coisa certa? Quanta dúvida e culpa... No final dessa mesma semana, fui buscar o Dudu na escola. Ele estava brincando no jardim. Sorria. Era um sorriso confiante e seguro. Comentei com a professora e a diretora, que me disseram terem tido a mesma impressão. E foi assim durante o ano. Acho que ele adquiriu mais autonomia na escola, mais confiança em si mesmo, fez novas amizades - com amigos do ano passado e com crianças recém chegadas. Fiquei muito satisfeita e feliz pela decisão. Essa é uma boa sensação.

Acontece que agora é hora do próximo passo, até porque onde ele está já não há turmas para os 5 anos. Vendo essa evolução do Dudu, me sinto também mais confiante na decisão de levá-lo para outra escola. Acho também que mesmo que o mantivesse onde está, ele iria para outra escola com 6 anos, no início do processo de alfabetização - hora não muito propicia para mudanças desse porte.

E para onde ele vai? Para a segunda escola! Durante esse ano, também eu descobri novas mães, avaliei com mais segurança as escolas que tinha em mente, parti de outra base de comparação - agora eu tinha um dado bem objetivo e pessoal sobre a primeira escola. Ouvi outras versões não muito favoráveis sobre a primeira escola e tive boas referências sobre a segunda - de ex-professoras de lá, de ex-alunos e de mães de crianças de lá. Visitei novamente a escola com o Dudu. Concluí que a escola enfatiza vários aspectos do desenvolvimento - tem uma formação curricular sólida, reconhecida internacionalmente; se preocupa com a inserção do aluno no mercado de trabalho; oferece várias oportunidades consistentes nesse sentido; mas também é referência nas artes (tem um dos melhores teatros da América Latina); e tem uma estrutura excepcional para os esportes, com destaque também nessa área. Minha sensação com isso é que estou ampliando os horizontes e as possibilidades para o Dudu.

Fiz a matrícula em setembro. Levei o Dudu para uma vivência que avaliaria o nível de alemão dele para podermos decidir se o melhor para ele seria o currículo brasileiro ou o currículo alemão. Estou aguardando essa resposta com muita tranquilidade. Depois registro aqui o resultado - que não precisa ser definitivo, uma vez que, como me garantiu a escola (e as ex-professoras com quem conversei), se eles observarem a necessidade de mudança durante os anos seguintes, me comunicarão. Óbvio que o ideal é que isso não seja preciso, mas é bom saber que a escola não é rígida e está aberta às especificidades de cada aluno. Quem "me ver", verá!

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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Primeiro passo

Na sequência do processo de escolha da primeira escola para o Dudu, escrevi esse outro texto. É perceptível o quanto a ironia e agitação do primeiro texto vão cedendo espaço para uma tranquilidade e segurança ao longo desse. Como aconteceu aqui dentro de mim...

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"Ufa! Encontrei a escola que procurava. O caminho foi longo até chegar a ela, mas valeu a pena. Pela primeira vez, não senti a angústia que me acompanhava sempre que pensava que o meu pequenino ia para a escola. Acho que este é o melhor dos critérios. Determinante mesmo. Tomei a decisão hoje com confiança e segurança. Certa de que é isso que procurava. É uma sensação de alívio e tanto. Por isso, o 'ufa' do começo. Alívio porque não vou ter de me submeter a nenhuma escola por 'falta de opção melhor'.

Depois da primeira rodada decepcionante de visitas, decidi melhorar o filtro de pesquisa. Descartei escolas que não fossem bilíngues. Fiz uma busca na internet focada no alemão porque acho que é um idioma interessante para se aprender cedo: tem uma outra estrutura linguística, em relação às línguas latinas - o que pode representar muito em termos cognitivos, especialmente aos dois anos. Encontrei na internet outras duas escolas alemãs (já havia visitado uma, mas não havia vaga no currículo alemão). Gostei das duas, porém as duas são distantes. Não há remédio para esta questão. Vou ter que encarar o trânsito com meu pimpolho de qualquer forma. Já comecei a pensar em diversas formas de distração durante as 'viagens' matinais. Ocorre que isso só acontecerá daqui a dois anos, porque ambas as escolas só aceitam a partir dos quatro anos. Deixei reserva feita nas duas e prossegui com minha saga! Lembrei de pedir, nas duas, indicações de escolas alemãs para a idade dos 2 aos 4 anos. De posse de uma lista, marquei visitas de caráter exploratório.

Na primeira escolhinha: desespero! Uma casa com ares de abandono; montes de crianças apinhadas numa sala pequena com uma mesa que ocupava todo o espaço; papéis por todos os lados, supostamente representando os 'trabalhos' das crianças. Todas ficavam juntas nessa sala. Não havia divisão por idade, por nada. Não que eu seja a favor da segregação, mas cada faixa etária demanda um mínimo de interação e intervenção específicas... Definitivamente meu filho não ficaria ali. Ninguém leva um filho naquela escola, no máximo, larga ele lá.

Visitei outra e a impressão não foi muito diferente... Pânico! Não existe uma escola decente para esta idade, com espaço minimamente digno para crianças, que pelo menos nos desse a ilusão de segurança e confiança??? Por um momento cheguei a pensar na possibilidade de deixar o Dudu em casa até os 4 anos... Foi então que liguei para um outra escola da lista. Quem atendeu do outro lado foi uma pessoa calma, solícita, que conversou pacientemente comigo, explicando em detalhes o que eu perguntava. Esperança. Marquei para o outro dia pela manhã. Nem queria mais marcar outras tamanha foi a esperança que me abateu, mas como a próxima escola da lista ficava na mesma rua dessa, achei que não custava nada marcar uma visita na sequência.

No outro dia, bem cedo, fui toda faceira! E minhas expectativas foram atendidas! Logo de cara, adorei o espaço. Era uma casa que não dava a menor pinta de ser jardim de infância para quem passava na rua. Era uma casinha reservada. Não havia gritaria de crianças ensandecidas... não havia sensação de desordem e sujeira nos trabalhos expostos na parede, mas uma sensação de aconchego, de valorização... tudo muito organizado, calmo... um quintal muito bem cuidado atrás da casa, com bichos, caixa de areia (de verdade e não um quadradinho no chão só pra não dizer que não falei das flores), balanço, parquinho, graminha bem aparada, pato, coelho, galinha... as várias galochas coloridas das crianças numa prateleira na entrada do quintal para os dias de lama foram o golpe fatal neste coraçãozinho já amolecido. Não resisti e confessei para a diretora que tinha uma escola para visitar saindo dali, mas que a escola dela me convenceu. Tinha alguma coisa ali... um cuidado... significado. Gosto disso. Gosto quando as coisas não parecem estar ali só para estarem, tem uma história por trás, uma intenção. Foi isso o que senti.

A escola seguinte se revelou boa... uma boa segunda opção. A matrícula foi feita na outra semana. Levei meu filho. Ele ficou envergonhado quando todos olharam para ele. A primeira escola alemã que visitei, a tal que não tinha mais vaga no currículo bilíngue, me enviou um e-mail pedindo uma posição sobre a reserva que fiz no currículo brasileiro (fiz por precaução... não sabia o que viria). Respondi agradecendo a atenção, dizendo que gostei da escola, mas que queria mesmo que meu filho tivesse alemão desde já (e não aos sete anos). Recebi ligação no mesmo dia e senti que só não ofereceram a vaga no currículo alemão naquela hora porque ficaria muito feio, já que eles haviam afirmado e reafirmado na visita que não havia nenhuma hipótese de vaga neste currículo.

A grande verdade disso tudo é que os critérios racionais nos guiam por um caminho, estabelecem parâmetros, eliminam opções... mas, no final, é a emoção quem decide. Meu coração já estava naquela escola porque eu, pela primeira vez em todas as visitas que fiz, consegui imaginar o Du lá... sentadinho fazendo trabalhos manuais, brincando no parquinho, lanchando e distribuindo seu sorriso tão lindo.

Duro vai ser recomeçar o processo quando ele tiver que sair aos 4 anos... Quando chegar lá, eu penso nisso.

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Escol(h)a

Semana passada demos um passo muito importante para a vida do Dudu. Escolhemos a escola que ele vai estudar a partir do ano que vem. Onde ele está agora é para crianças até os 4 anos e o processo para decidir a "escola grande" (daqui pra frente) não foi simples.

Na verdade, eu posso dizer que ela começou no final de 2008 quando começamos a pesquisar aquela que seria a primeira escola dele. Foi lá que comecei a pensar sobre o assunto, ponderar, identificar o que eu procurava efetivamente, o que o Dudu precisa (ou o que eu acho...rs), descobrir o que é importante para mim, para ele... Na época, escrevi o texto abaixo que hoje, relendo, percebo que o meu tom um tanto irônico no registro denuncia, na verdade, as dificuldades e angústias que tive que lidar durante todo o processo.

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"O momento é delicado... Escolha da escola do bebê!

Como se escolhe isso? Como minha mãe conseguiu escolher? Quais os critérios que ela utilizou? Acho que a vida antigamente era mais fácil... Morando numa cidade pequena, com poucas opções e sem que esse assunto levantasse tantas questões quanto hoje, deve ter sido simples: a mais perto de casa e onde meus primos, irmã e conhecidos já estudavam - sendo ela muito religiosa, posso dizer que o fato de ser uma escola de freiras também ajudou. Duvido muito que tenha ido visitar escolas antes, conversado com as diretoras para conhecer os projetos pedagógicos, estrutura física etc. Aliás, o que é projeto pedagógico? Naquela época nem existia... ninguém ouvia falar disso, o que vem a dar no mesmo. Hoje, existe, mas muitas vezes tenho tido a impressão de que ainda é só no papel...

Que critério, afinal, devo utilizar? Bom, o valor das mensalidades é um bom critério. O mais objetivo de todos, pelo menos. Distância também. Mas, ainda assim, existem cerca de dez escolas dentro da mesma faixa de preço e dentro do mesmo raio de distância da minha casa.

Aí entra o projeto pedagógico... exatamente igual em todas! É impressionante: todos oferecem 'condições para que seu filho construa o seu próprio conhecimento, num ambiente estimulante com atividades que favorecem o contato social e a apreensão do mundo de forma lúdica'. E???

Para piorar, o acesso à informação, por incrível que pareça, às vezes atrapalha, viu?! (olha o ponto em que cheguei!!!kkkk) Essas 'pesquisas recentes' só deixam mais difícil a decisão: dizem que o melhor momento para a aprendizagem de um idioma é nos primeiros anos de vida. Lá vou eu procurar uma escola bilíngue (não foi só baseada nessas pesquisas que tomei essa decisão, óbvio, mas me permito uma licença poética aqui)! Novo dilema. Nas escolas que visitei: ou só atendem crianças até os 6, 7 anos; ou só atendem crianças depois dos 4, 5 anos (o que te obriga a procurar nova escola depois); ou atendem crianças de todas as idades até o final do ensino médio, mas não têm mais vaga no currículo bilíngue ('Mas ensinam outro idioma, numa aulinha que seja?', 'Nessa idade, não. Só depois dos 6, 7 anos'. E as 'pesquisas recentes'??? Só eu ouvi falar delas?

Vamos recorrer, então, aos rankings de grandes revistas e jornais e aos resultados do Enem. Ãh?! Qual a relevância do resultado do Enem para crianças de 2 anos? Não importa. Neste momento eu só quero um critério de avaliação e os rankings estão aí para isso! Dentre os 10 melhores, a maioria está incluída em mais de uma 'categoria' comentada acima e o resto é ligada a alguma religião. E, convenhamos, definitivamente escola e religião não combinam. Minha opinião.

A coisa está tão delicada que até questões básicas viraram critérios de avaliação. E nem é por excesso de exigência minha... Parece absurdo, mas mesmo em escolas consideradas de 'alto padrão', bem colocadas nos famosos rankings, tenho utilizado a limpeza como critério eliminatório! Escadas (estou falando de verdadeiras escadarias, ãh?!) nos acessos às salas e/ou parque infantil das crianças do maternal também já me ajudaram a eliminar algumas escolas.

O lado bom (e ruim) é que ainda tenho escolas para visitar. Será que é pedir demais fazer uma matrícula com convicção?! Em breve, os próximos capítulos dessa saga."

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Bem bolado

Resolvi fazer um bolo com as crianças (novidade...rs).

- Vocês querem bolo de quê?, perguntei.

- Bolo de zebra!, disse o Dudu. [uma mistura de bolo branco com bolo de chocolate com efeito de zebra]

- Bolo rosa!, disse a Mana ao mesmo tempo que o irmão.

Os dois se entreolharam irredutíveis, percebi.

- Beleza! Vamos a isso!, respondi.

Resolvida a "questã"

Porque praticidade é tudo numa hora dessas.

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Biliri

Há algum tempo, por conta do trabalho, conheci o Teatro do Centro da Terra. Bem, o Centro da Terra é uma companhia de teatro que ganhou destaque em São Paulo, e no Brasil (e depois internacionalmente com os espetáculos seguintes do mesmo gênero), com a montagem "I Expedição Experimental Multimídia - Viagem ao Centro da Terra". Foi um espetáculo interativo (marca forte da companhia) que se passava dentro de um túnel abandonado sob o Rio Pinheiros. Isso foi em 1992.

Em 2002, eles inauguraram o Teatro deles, que ganhou o nome de Centro da Terra, não só como uma homenagem ao espetáculo ícone da companhia, mas porque fica situado doze metros abaixo da superfície terrestre!

Toda essa introdução para que não reste dúvidas sobre o caráter único e surpreendente das suas produções. E o que eu conheci há algum tempo, por conta do trabalho (como estava dizendo...), foi, mais precisamente, o espetáculo (também interativo, ora bolas!) O Ilha do Tesouro. Queria muito poder levar meus pequenos, mas isso só será possível quando eles tiverem 7 anos (idade mínima permitida). Portanto, apesar de ter ficado deslumbrada e empolgada com o que vi desse espetáculo, maiores detalhes sobre ele aqui nesse blog só quando o Dudu tiver 7 anos (faltam 3...).

Entretanto, outras opções não faltam! Fomos com eles assistir Biliri e o pote vazio. Bem, enquanto a gente aguardava o início do espetáculo na sala de espera, adivinha o que as crianças comeram? Pão de queijo, só para variar um pouco... ;) E conversamos sobre o espetáculo: quem seria o Biliri e por que o pote está vazio?!

Entramos, nos acomodamos e o espetáculo começou. O Dudu não piscou o olho durante todo o tempo! Nem o Pedro. Nem eu. As luzes concentradas nos atores em cena favorecem a concentração dos pequeninos. As sombras e os recursos multimídia perfeitamente sincronizados com os movimentos das personagens aguçam a curiosidade de todo mundo! A mensagem simples e bela da história é de uma profundidade que só as coisas simples e belas podem ser. E tomou conta até das técnicas utilizadas em cena - tão complexas, mas que nos parecem tão simples tamanha a sincronia da equipe na realização. Mais ou menos assim: tudo fica simples e belo e suave nesse espetáculo, até o mais complexo, até o mais profundo.

E a Mana? Como se comportou? No alto dos seus 2 anos, teve medo no começo quando as luzes foram reduzidas. Ficou abraçadinha em mim, de costas para o palco. Mas aí... aí a história foi começando... apareceu a primeira personagem com sua roupa belíssima e ela deu uma olhadinha... apareceu outra personagem, com sua roupa também muito bem trabalhada e ela deu outra olhadinha... aí apareceu o Biliri e algumas flores e ela virou de frente para o palco e assim ficou até o fim! Coisa mais linda.

Eu saí de lá tão contagiada pelo show de criatividade que comecei a ter um monte de idéias, entrei em casa arrumando tudo, querendo resolver tudo, uma coisa! Criatividade definitivamente é contagiante!!! Criatividade me inspira!!!

A Mana ainda ficou uns dois dias perguntando toda hora sobre o Biliri e a gente tinha que ir contando os pedaços da história - das personagens, dos objetos, das flores, do pai do Biliri etc.

Como não somos bobos e o Pedro é ligeiro, na mesma semana já recebemos em casa, via correio, o livro que serviu de inspiração para o espetáculo: O Pote Vazio. Leitura obrigatória nos dias seguintes, lógico!

Destaque para as ilustrações que conseguiram
traduzir a simplicidade e beleza da história

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Hiperconectividade*

Quando eu fiquei grávida do meu filho, meu marido e eu recebemos um cartão de um casal de amigos mais velhos com uma única frase: "Esta será a maior transformação das suas vidas". Definitivamente, eles não precisavam escrever mais nada. É isso. Não é à toa que repito essa frase para todos os amigos que engravidam.

Nada fica igual depois que filho(a) chega. Você se vê repartida, ao mesmo tempo em que se torna mais inteira. É a mulher que se transforma. É a esposa que muda. É a mãe que se descobre. É a filha que se recoloca. É a profissional que se reposiciona. Tudo retudo. E se não for assim (porque não se sabe ou não se quer saber), tanto pior.

Filho(a) mexe com o que há de mais primitivo na gente. Filho(a) apresenta você para você mesma. Filho(a) nos expõe a nós mesmos. Filho(a) é a oportunidade de ver o que há de pior em você. Filho(a) é a oportunidade de ver o que há de melhor em você. Filho(a) é a vontade de ser alguém melhor.

Por isso que dizem que só sendo mãe para saber o que é ser mãe. É uma aventura pessoal e intransferível. Nenhuma situação na vida se compara em complexidade. Mesmo quando tudo isso escapa da consciência. Porque mãe não é da ordem do racional. Mãe é da ordem da emoção. É instinto - é o que sinto; é desejo - é o que anseio; é pulsão - com pulso acelerado e desacelerado; é o que vejo - e o que eu não vejo.

Mãe é quando a rotina é sinal de amor. Mãe é quando o cuidado existe mesmo quando se está cansado. Mãe é quando educar às vezes dói (nela e no(a) filho(a)). Mãe é. Apesar disso ou daquilo. Mãe sofre. Mãe ri. Mãe chora. Mãe se irrita. Mãe vibra. Mãe tem que deixar de ser filha.

E mesmo com tudo, mesmo apesar de tudo, mesmo contra tudo, mesmo assim, mãe não sabe se está certa. Mãe guia o(a) filho(a) por um túnel escuro, sem saber bem pra onde, sem saber por que, sem saber por onde, sem saber como (mesmo quando sabe). Mãe só guia. Confia. Enquanto caminha, aprende e ensina.

Mãe segura na mão e depois tem que aprender a soltar pra depois ensinar a soltar. Mãe tem que aprender a dizer não para si mesma, pra depois dizer não. E tem que aprender a dizer sim. E tem que aprender se faz assim - até quando não sabe.

E tudo o que acontece na caminhada e na chegada se volta pra ela. Mesmo que ninguém repare. Mesmo que ninguém separe. Mesmo que ninguém se importe. Mesmo que ninguém reclame. Mesmo que ninguém a chame. Mesmo que todo mundo repare. Mesmo que todo mundo separe. Mesmo que todo mundo se importe. Mesmo que todo mundo reclame. Mesmo que todo mundo a chame.

A calma acalma
O braço abraça
A perna levanta
O canto encanta
O colo acolhe
O olho espellha
O grito irrita
O choro chama
O coração inflama
O quadril enquadra
O ombro aguarda
O peito é o leito
O nariz fareja
A boca na bochecha
A mão contorna
O corpo entorta
Mãe é um corpo que se mantém conectado
Mesmo depois do cordão umbilical ter sido cortado.

Mão não é só isso, mas isso tudo é mãe.



*Texto escrito por mim em 03 de setembro de 2010.

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Cinema infantil

Preferido do Dudu
O primeiro final de semana de setembro foi marcado por cinema! Fomos ver o filme dos Smurfs, que o Pedro tinha prometido faz tempo às crianças, no sábado. É muito legal a experiência de ver algo que a gente costumava assistir quando criança cativando os nossos filhos do mesmo jeito.

Preferida da Mana
Eu lembro de assistir os smurfs todos os dias de manhã quando pequena. Lembrava, obviamente e como todo mundo na mesma situação, de todas as personagens principais. Achei o filme uma fofurinha. A Maninha, doentinha (gripe e febre), dormiu toda a primeira parte do filme, mas assistiu ao final, concentrada e quietinha no meu colo. O Dudu nem piscou os olhos, sentado em perfeita postura na cadeirinha dele (com o devido elevador de assento).

Na saída, aproveitamos que os filmes da Fici - Festival Internacional de Cinema Infantil - estavam passando bem no cinema em que fomos e demos uma olhada na programação. A primeira coisa que eu vi foi um filme de um fusquinha. E fusquinhas, todos sabem, é prioridade máxima aqui em casa!

O nome do filme é Poli, o fusquinha de polícia e é um filme holandês com classificação 4 anos, mas dá tranquilo para todas as idades. É uma história bem bonitinha e ingênua. A Mana dormiu todo o filme dessa vez e saiu do cinema ardendo em febre tadinha... O Dudu novamente se comportou como um rapazinho: ficou sentadinho na cadeira dele, bem atento ao filme. No final veio nos dizer todo feliz que assistiu o filme todinho de novo!

Já em casa, foi procurar na imensa coleção de carros dele, algum fusca preto ou branco que pudesse ser, dali em diante e oficialmente, o Poli. Com preguiça de virar a caixa toda, veio me pedir ajuda e eu lembrei que ele já tem um fusquinha preto E branco e DE POLÍCIA!!!! Igualzinho ao Poli!!! Ele ficou todo feliz e só brinca com o Poli agora. É o seu novo xodó.

Nada se perde. Tudo se aproveita!

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