quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sabina e Planetário

Já há algum tempo eu tinha descoberto um local em Santo André chamado "Sabina - Escola Parque do Conhecimento" em razão de uma pesquisa sobre música que eu estava fazendo. Deixei a opção reservada para ir com as crianças um dia. Esse dia chegou. Na verdade, mais por causa do Planetário que eles têm lá do que propriamente do Sabina. Explico:

Na semana passada, estava aqui pesquisando locais para ir com as crianças nas nossas próximas férias em Lisboa quando inventei de pesquisar por um planetário aqui em São Paulo. Achei o Planetário Johannes Kepler. Ele fica justo no Sabina. Olhando o site do Planetário fui até o do Sabina e pronto. Estava decidido o domingo! Combinei com a mãe de uma coleguinha da Mana e fomos.

Chegamos lá ao meio-dia, estacionamos e compramos os ingressos para o Planetário e para o Sabina (R$15,00 ao todo). A sessão no planetário seria só às 13:30hs e aproveitamos o tempo antes para almoçar. Quer dizer... almoçar talvez não seja a palavra certa. Tentamos dar alguma coisa para as crianças comerem. Um espaço educativo próprio para crianças com uma lanchonete que só serve algumas opções de frituras, refrigerantes, sucos artificiais e 4 opções de massas pouco saudáveis e demasiadamente cobertas por molho de tomate concentrado e industrializado me parece, no mínimo, pouco coerente. Talvez fosse o caso da administração do local observar melhor isso aí. Acho que vou escrever para eles apontando isso. Quem sabe?!

Bem, elas não comeram quase nada e eu também achei que não era o caso de insistir. Enquanto ainda não dava a hora da sessão no planetário, elas foram brincar num parque dedicado à física: brinquedo para brincar com o eco da própria voz, gangorras que demonstram o sistema de alavancas, bolas de sabão, coisas do tipo. Não queriam mais sair de lá.

Faltavam 5 minutos para as 13:30 quando seguimos para o Planetário. Entramos, nos acomodamos e aproveitamos o show de imagens projetadas na cúpula redonda. Tudo muito bonito e interessante. Lógico que as minhas crianças ainda não têm idade para aproveitar toda a parte educativa do planetário, mas vale demais a experiência e o contato com o cosmos e a idéia da imensidão do universo! A Mana perambulou entre o meu colo e o colo do pai. O Dudu ficou sentadinho prestando atenção em tudo.

Sol na entrada do Planetário

Depois da sessão as crianças queriam voltar ao primeiro parque (da física), mas eu sabia que ainda teríamos muitas coisas para fazer e os convenci a ir ao parque ao lado: da música. Vários instrumentos musicais gigantes para eles explorarem.

Imagina o barulho aqui! Felizmente, não tinha muita criança.

Tiranossauro Rex



Eles se divertiram um pouco, mas não nos demoramos muito aqui. Seguimos para visitar outras áreas do Sabina. Primeiro vimos os pinguins gracinhas nadando, depois o dinossauro gigante, cobras, o tubarão e moréias. Entramos numa boneca gigante inflável como se fossemos a comida. Isso mesmo: entramos pela boca e saímos por onde sai o coco! Ó céus!!! O que temos que passar nessa vida pelas crianças! :)

O Pedro pegou senhas para irmos numa "nave". Um simulador que nos leva de avião do Sabina até uma ilha em Santos, passando por várias reservas ambientais da cidade de Santo André e finalizando embaixo d'água (em Laje de Santos) vendo os animais da fauna marinha do local. Bacana, mas saí mareada com o balanço do simulador... rs




Haja osso pra desenterrar!
Ainda na parte onde estão os dinossauros, as crianças brincaram de arqueólogos. Há alguns ossos de dinossauros para serem descobertos com os pincéis típicos desses profissionais. As crianças ficaram bastante tempo aí e voltavam várias vezes, entre uma atração e outra.

No segundo andar há uma infinidade de coisas para fazer e experimentar relacionadas à física, sobretudo. A maioria das coisas ainda não são para a idade deles, então, valeu pela diversão. De um modo geral, posso dizer que o parque é destinado a crianças maiores, talvez a partir dos 8 anos. Entretanto, isso não quer dizer que não recomendo para crianças menores. Foi uma rica diversão para nós!

Quando voltamos para casa eles estavam cansados e suados. E o Pedro e eu esperançosos de que isso se refletisse numa longa e calma noite de sono para eles e, consequentemente, para nós!




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Cenouras

No final de outubro, Dudu chegou em casa da escola e foi categórico:

- Mamãe, quero plantar cenouras.

- Tudo bem, disse eu.

No final de semana, eu, cujo currículo como agricultora se resume aos feijões plantados no algodão na escola, segui com eles até uma floricultura e comprei um vaso retangular com a maior profundidade que encontrei, terra adubada e argila expandida. Este último item só trouxe porque a vendedora colocou no balcão para eu trazer sem nem me perguntar se eu queria. Presumi que era um item fundamental e comprei sem qualquer objeção. Em casa, corri para a internet e descobri que isso deveria ir no fundo do vaso para evitar acúmulo de água. Sou devota de Santa Net e São Google!

Bem, alguém que esteja lendo este post com alguma atenção deve estar se perguntando: "E as sementes da cenoura?". Pois é... essa foi a maior novela. Demorei bem umas duas semanas para conseguir. Vasculhei todas as floriculturas da região e não achei sementes de cenoura em nenhuma delas. Até que na minha última tentativa, o atendente foi super simpático e me ofereceu o básico: "Quer que eu encomende para você? Chega na quinta!". Ufa! Até que enfim um vendedor que quer vender! Como estão raros, não?! ;)

Na quinta passei lá toda feliz. Estava com a Mana no carro. E... não havia. Prometeu que chegaria na segunda. Fazer o quê? Voltei lá na segunda e... tinha! Minha saga em busca das sementes de cenouras terminava ali. Comprei também umas sementes para plantar algumas flores para a Mana (ainda bem que estou escrevendo esse post, porque tinha esquecido completamente das flores dela, tadinha!!!! tenho que agilizar isso aí!).

Quando cheguei em casa: a surpresa para o Dudu! Ele ficou todo feliz. A Mana também entrou na onda. Fui explicando como se planta uma cenoura para eles com a sabedoria do mestres ancestrais pioneiros no cultivo de cenouras acumulada ao longo de milênios e transmitida de geração em geração de acordo com o que eu li no google - mas dessa parte do google eles não precisam saber. Depois de colocar a argila e a terra, pedi que eles fizessem com o dedinho indicador os furinhos na terra para colocar as sementes. Como as crianças são felizes!!! A elas basta a simplicidade das coisas! Coloquei um pouquinho de semente na mãozinha delas e elas foram preenchendo os buraquinhos. Elas adoraram fazer isso.

- Pronto! A parte mais fácil já está feita - disse eu. Agora vem a parte mais difícil e mais importante: cuidar das cenouras! Todos os dias vocês devem regar as sementes, o Dudu de manhã e a Mana no fim de tarde. Logo, logo, vão aparecer as folhas e quando for a hora colhemos as cenouras.

Desde então elas têm regado as cenouras, que já estão bem crescidinhas:

Já passou pouco mais de um mês!

Ok... ok... alguns dias nós esquecemos de regar, mas a chuva compensa! :)

Agora eu tenho que descobrir quando é que podemos colher. Depois de colhidas, vou tirar fotos e registrar aqui.

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Dicas da Mana

Daí que eu tava no carro com o Dudu e a Mana e meio que me perdi. Entrei numas ruas que não conheço ainda e muitas são sem saída... enfim! Uma bela hora, depois de perceber que andei em círculos, comentei alto:

- "Acho que estamos perdidos".

Dudu: "Perdidos? E agora?"

Mana: "Eu sei onde a gente está!"

Dudu: "Onde?"

Mana: "Vou dar uma dica: pé."

Dudu: "Pé?! Pé o quê?"

Mana: "Perto da árvore!"

Dudu e eu caímos na risada!!!

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Só para esclarecer

Parei o carro em frente à escola da Mana hoje para deixá-la. Quando a tirei da cadeirinha, ela pediu com a voz mais doce do mundo:

- "Mamãe, você pode levar aquilo pra mim que é muito pesado e eu não aguento?"

"Aquilo" era uma folha de papel. Só para esclarecer.

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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Lygia Clark: uma retrospectiva

Eu estou sempre a procura de atividades para fazer com as crianças. De todo tipo. Tudo o que pode ser interessante para elas, me interessa, por assim dizer. E quando elas ficam felizes com a atividade escolhida, eu fico mais feliz ainda!

Falando especificamente das atividades culturais, tenho dificuldade em encontrar algo que não seja teatro, contação de histórias, musical ou shows. O teatro e a música realmente dominam esse "campo". Gosto das duas coisas, mas acho que não precisamos ficar por aí. Foi, por isso, com especial atenção que li o e-mail que recebi do Itaú Cultural sobre uma exposição em cartaz até o próximo domingo, dia 11/11/2012, da Lygia Clark. Havia a possibilidade de agendar uma visita para a família conhecer a exposição com os guias da instituição. Com mais um detalhe: para crianças a partir de 3 anos. Perfeito! Dois destaques: exposição para crianças e ainda por cima até para as de 3 anos! Isso, definitivamente, não é comum.

Nem pestanejei. Liguei e agendei a nossa visita. Mas... o Pedro precisou viajar e tive que desmarcar. Mas... remarquei para o último sábado (03/11)! E lá fomos nós. Eu estava com uma boa expectativa e ela se confirmou! Foi uma experiência deliciosa que rendeu muitas indicações minhas para as mães dos coleguinhas das crianças. Espero mesmo que elas consigam ir nesse final de semana.

Chegamos às 11 horas e esperamos um pouquinho para o instituto abrir e os guias nos identificarem. Enquanto isso, aproveitamos para fazer um lanche - o que se revelou muito útil porque a visita demora 90 minutos e as crianças ficariam famintas bem no meio da visitação.

Só estávamos nós e uma outra família com uma criança. Os guias foram muito simpáticos desde o início, puxando papo com as crianças, atiçando a curiosidade delas para o que poderiam encontrar na exposição... O primeiro passo foi escrevermos nossos nomes nos crachás. O Dudu escreveu no dele, no do Pedro e no meu. A Mana escreveu o M e o Pedro completou o nome dela. Eu também pedi que ela fizesse uma bolinha rosa no meu para enfeitá-lo. Depois disso, seguimos para a primeira parte da exposição no piso térreo mesmo.

Achei muito bacana começar por ali porque as crianças já ficaram animadas com a atividade: colocaram sapatos com imãs e andaram numa superfície que ora atraía o sapato, ora o repelia! Os guias faziam questão de aguçar a percepção delas para essa variação. Elas deram dois nomes para esse espaço: Planeta Imã e Planeta Cola.

Depois, seguimos numa "nave espacial" (foto no Ipad) para o andar superior onde estão algumas peças da Lygia Clark que remetem mesmo à imagem de uma nave espacial. Lá, elas puderam mexer e remexer, quantas vezes quisessem, em várias peças! A Mana adorou!!! Ficou um tempão com uma peça explorando as suas "dobras". Enquanto isso, os guias iam conversando com ela sobre as características dessas peças. Já o Dudu, preferiu olhar os quadros. Na verdade, ele só sossegou e voltou a se concentrar na exposição quando conseguiu descobrir as posições do grid de largada do GP de Abu Dhabi do dia seguinte. A classificação foi justamente naquele horário. Então, ele se concentrou numa peça e conversou sobre ela com os guias, que registraram muita coisa em vídeo (com a nossa devida autorização, diga-se de passagem).

A visita com os guias terminou por aí, mas ainda havia muito a explorar! Aproveitamos logo para explorar a instalação neste mesmo andar. A Mana ficou com receio de entrar porque era muito escuro lá dentro, mas quando ela viu a empolgação do irmão na saída, não teve dúvidas: ia entrar comigo. Sim, porque o Dudu quis ir de novo. E de novo. E de novo. E se eu não dissesse que não era mais possível, desconfio que estaríamos lá até hoje.

Na sequência, fomos ao primeiro subsolo: há uma rede de elásticos utilizada pela artista que os visitantes podem manusear e ir "completando". As crianças adoraram e foram fazendo do jeito que elas sabiam e podiam. No andar abaixo elas exploraram as salas com projeções de imagens da rua, como se a gente estivesse andando ali, os óculos para duas pessoas, algumas peças de saco plástico com água e conchas dentro e até algumas máscaras. Lógico que a exposição é MUITO mais do isso. Estou só destacando algumas das partes que as minhas crianças mais gostaram. E elas gostaram muito! Foi com muito custo que as convencemos a sair. E confesso que eu também saí de lá com vontade de ter ficado mais tempo. Mas... tínhamos que ir!

Já no carro, estava colocando o cinto de segurança da Mana, quando ela me perguntou: "Mamãe, como foi que você descobriu esse lugar? É muito legal!". Ao que o Dudu completou: "Eu também gostei muito, mamãe!". Os dois sorriram. E o coração dessa mãe sorriu também.

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A linha mágica

No domingo retrasado, estivemos no Teatro Alfa para ver a peça "A linha mágica". É uma história sobre o tempo e, portanto, sobre a vida; sobre a passagem do tempo e, portanto, sobre a passagem da vida. Eu gosto de colocar as crianças em contato com esses temas. Tenho a sensação de que elas vão aprendendo a ver além do superficial das coisas. Lógico, a peça não é um tratado sobre "O tempo e a vida"! Mas é um jeitinho discreto de falar sobre isso com as crianças.

As personagens principais são estudantes e aquela rotina de escola (prova, aulas com livros e ditados) ainda está distante da realidade das minhas crianças tão pequeninas. Entretanto, não acredito que precisamos entender exatamente o contexto para apreender a mensagem. Ainda mais em se tratando das crianças pequenas, que vão muito além da racionalização da maioria dos adultos. Quanto menores, mais é o emocional que domina a relação delas com o mundo. Por isso, toda forma de arte encontra terreno fértil nas crianças.

Pesquisei, mas não encontrei o site da Fabulosa Companhia, que montou o espetáculo. Fiquei com vontade de conhecer mais o trabalho deles. Será que eles trabalham esses temas em outras montagens?

Tirei a foto daqui

Só não consigo mesmo entender como o estacionamento do teatro pode custar R$28,00!

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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Jellystone Park

Em julho, fomos para os Estados Unidos. Não foi uma viagem feliz como todas as outras porque meu pai não estaria lá... mas tivemos nossos momentos alegres. As crianças se divertiram muito nos parques aquáticos próximos à casa da minha irmã, Karla. Era lá que a gente tentava aliviar um pouco do calor gigantesco que fazia.

Na segunda semana de férias, fomos acampar: Karla, Thiago, Vicenzo e Stefano e eu, Pedro, Dudu e Mana. Alugamos uma cabine, para ser mais exata. No acampamento havia um parque aquático incrivelmente delicioso onde as crianças se acabaram de brincar! Enquanto a Mana preferia a piscina com o pai e os chuveirinhos de água menores e mais "delicados", Dudu e os primos se acabavam nos chuveirinhos mais "radicais", digamos assim, e nos escorregas gigantes. Gigantes mesmo! Nem acreditei quando vi o Dudu descendo sozinho o maior deles.

[Aqui deveria haver fotos do lugar. Aguardamos impacientemente que Tia Kaia as envie.]

O parque era o Jellystone Park, do Zé Colméia. As crianças não conhecem a personagem mas gostaram mesmo assim. Tanto que quiseram trazer um Zé Colméia de pelúcia cada um. Nós fomos nesse aqui, mais especificamente. Copiei algumas fotos do site só para ilustrar o post, enquanto esperamos impacientemente as fotos de todo mundo sabem quem...

Estilo da cabine que ficamos

Visão geral do parque, em especial do escorrega gigante!

Delícia!

No dia em que chegamos, depois de arrumarmos as coisas, saímos, Karla e eu, com as crianças para explorar o parque. Já era noite e cada um tinha uma lanterna e pulseiras de néon coloridas no braço. Para sabermos os caminhos por onde deveríamos ir, as crianças tinham que iluminar o mapa com a lanterna. Lógico que isso para elas foi divertido!

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Bolo na caneca!

Daí que eu estava com vontade de fazer um bolo de chocolate com as crianças, daqueles com cobertura e recheio de brigadeiro e uma massa molhadinha... E o que fiz? Joguei no Google! Essa maravilha da modernidade! Poucas coisas na vida moderna são realmente úteis de verdade verdadeira. E por que digo isso? Porque você não só encontra lá tudo o que você quer mas, inclusive, aquilo que você nem sabia que queria e aí descobre que sempre quis! Mais ou menos isso aí.

Digitei "bolo de chocolate" e o que me aparece em primeiro lugar na busca? Um vídeo de um cara ensinando a fazer bolo de chocolate na caneca de microondas! Bolo na caneca E no microondas!!! Assim que li isso meu pensamento óbvio foi: "As crianças vão pirar!". Mas... moça de antigamente que sou, fiquei meio que desconfiada: "Será que isso não é sacanagem... para enganar bobinhos como eu?". Digitei "bolo de chocolate na caneca de microondas" e a quantidade de resultados dissipou qualquer dúvida.

Uma olhada nas receitas dos primeiros resultados mostrou algumas pequenas variações de quantidades de ingredientes. Além disso, algumas incluíam o fermento, outras não. Decidi fazer a do vídeo, porque não podia ter sido por acaso que o primeiro resultado tinha sido justamente aquele vídeo! Foi enviado pelos deuses da internet. Certeza!

Chamei as crianças e perguntei: "Querem fazer um bolo na caneca?". Resposta em uníssono: "Sim!!!", seguido de gritinhos, palminhas e pulinhos. Coloquei os ingredientes na mesa e escolhemos a caneca de cada um. Ops! Não havia manteiga. E o óleo tava ali pra quê? Pois só digo uma coisa: ficou ótimo!

Eu fui colocando os ingredientes nas canequinhas deles e eles iam batendo com um garfinho. No final, precisei dar "aquela" caprichada na mistura pra garantir o trigo todo desfeito lá dentro da massa, mas não tem segredo nenhum. Ao microondas por 3 minutos! Os mais tradicionais, como eu, ficarão incrédulos até retirarem o bolo do microondas e espetarem um garfo para se certificar da consistência e precisarão de experimentar um pedaço para, enfim, respirar aliviados.

As crianças comeram um bocado direto da caneca, usando um garfinho. Deixaram metade da caneca para o outro dia de manhã. No outro dia, me fizeram prometer que faríamos outras vezes aquele bolo e eu prometi com a maior das facilidades porque foi um achado esse bolo! Acompanhe meu raciocínio: nem sempre você tem todos os ingredientes em quantidades ideais para um bolo de forma; nem sempre você tem tempo para esperar um bolo assar no forno; nem sempre você tem idéias originais para dar uma agitada num finzinho de tarde com as crianças; e, até mesmo, nem sempre certas visitas avisam que vão chegar para você ter tempo de preparar algo com antecedência! "De modos" que essa receita é meu curinga.

Tinha combinado com as crianças de fazer um bolo ontem, mas me atrasei no supermercado e na hora de fazer uma sopa. Resultado: ficou tarde e elas precisavam dormir. Não ia dar para fazer bolo. Mas eis que a luz foi feita e eu lembrei do bolo de caneca no microondas. Já não sabia onde estava a receita, mas com uma pesquisada rápida no google é possível achar várias. Copiei rapidinho e segui para a cozinha. Elas ficaram super felizes, fizemos o bolo rapidamente, improvisei alterando um pouco a rotina e resolvi ler uma história com eles antes de escovar os dentes. Assim, quando terminamos a história, o bolo já não estava quente. Eles comeram, escovaram os dentes e foram dormir.

Há relatos na web de bolos que transbordam.
Nunca aconteceu aqui em casa.
Acho que porque não uso fermento.

Ah! No de ontem acrescentei um pouco de ovomaltine pouco antes de colocar no microondas e não mexi muito para tentar manter o crocantinho do ovomaltine e não é que ficou bom!?

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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Corrida

Logo no início das aulas do Dudu, a mãe de um coleguinha enviou e-mail dando conta de uma corrida para crianças que aconteceria em paralelo à corrida de adultos do Pão de Açúcar. Ficamos interessadíssimos. Eu nunca tinha pensado em procurar informações sobre isso e adorei a idéia! Como já escrevi, penso que o esporte é algo que alimenta a alma, forma caráter, orienta, disciplina, é saudável e agrega as pessoas, promove a coletividade (mesmo os ditos "individuais").

Pedro fez as inscrições. Infelizmente, nessa corrida a Manuzinha não pode "correr" porque não havia categoria para a idade dela. Pena. Deixamos o Pedro e o Dudu no local da corrida e fomos passear nós duas. Mais tarde, o Pedro enviou mensagem e fomos buscá-los. Dudu vinha com a medalha no peito, todo feliz, contando como foi.

O Pedro entendeu como funciona a coisa e ficou atento para descobrir outras corridas. Elas têm uma dinâmica muito parecida: há um percurso total, para as crianças mais velhas, e para as menores, as distâncias percorridas nesses circuitos são proporcionais à idade de cada categoria. Até 4 ou 5 anos, geralmente se corre 50 metros, entre 6 e 7, geralmente são 100 metros, e assim por diante. O Duba correu 50 metros nessa. Ao final, ganhou uma medalha (todos ganham).

Na chegada, as crianças inscritas recebem o seu kit: mochila com o número de inscrição e a fita para colocar no sapato que registra o tempo da corrida, suco de caixinha e um bolinho.


Agora ele usa essa mochila para as
aulas de natação na escola

Depois dessa, o Pedro inscreveu as crianças numa outra corrida, no Jockey Clube de São Paulo. Dessa vez a Mana também correu! Na véspera, o Pedro foi por acasou ao site do evento confirmar os horários e descobriu que, ao contrário do informado no momento da inscrição, o kit de cada corredor deveria ser retirado até aquele dia, sexta-feira, às 19 horas numa loja do Shopping Eldorado. Tipo assim: impossível um deslocamento naquele horário até aquela região! Como não tínhamos recebido qualquer comunicado oficial dessa alteração, confiamos no bom senso da organização de manter a entrega do kit uma hora antes da corrida.

No sábado de manhã, nos atrasamos na saída e chegamos bem em cima do horário. Corri até o stand e retirei os kits, sem problemas. Ufa! Já estávamos pensando que haveria confusão. Colocamos as blusas nas crianças, fixei os números de corredores deles na camisa, aplicamos a fita no sapato para medir o tempo, as pulseiras de identificação nos braços (eu com o da mesma cor da Mana e o Pedro com o da mesma cor que o Dudu), tirei algumas fotos para guardar de recordação e seguimos para concentração dos corredores!

A Mana ia correr primeiro um circuito de 50 metros. Antes dela, correram as crianças de 2 anos. Os pais corriam juntos deles, lógico. Quando chegou a vez da Mana, expliquei que ela já era maior e que sabia correr sozinha. Disse que ela poderia ir que eu encontrava ela no final. Ela disse que tudo bem. Eu imaginei que todas as mães fariam o mesmo, afinal, com 3 anos já dá para correr sozinha. Mas todas as outras mães seguiram de mãos dadas com as filhas, mesmo sem necessidade.

A minha Maninha ouviu a contagem regressiva e partiu linda, livre, leve e solta! O mais engraçado é que ela corria e olhava para ela mesma correndo admirando a beleza da sua própria corrida!!!! Deu pra entender?! Foi muito engraçado!!!! Nem consegui filmar direito de tanto que eu ria! Nem percebeu em que posição ela chegou, o que importava era correr como uma diva!

Eu a encontrei ao final, dei um abraço gostoso e beijos muitos!!! Fiquei mesmo muito feliz com a experiência. Seguimos para a saída, onde ela recebeu a medalha, água, suco e bolinho! Coisa mais gostosa.

Depois foi a vez do Dudu. Enquanto ele aguardava sua vez, a Mana ainda brincou um pouco no pula-pula que havia por lá. Quando começou a bateria dos 5 anos, fomos até perto da largada e acenamos para um Dudu sorridente e ansioso. Nos posicionamos mais perto da linha de chegada. O percurso dele tinha 100 metros.

Dada a largada, Dudu correu bastante e empenhado. O Pedro seguiu atrás dele e o encontrou depois da linha de chegada. Mesma coisa: medalha, água, suco, bolo, abraço gostoso e beijos muitos!!! Eu realmente fiquei feliz com a experiência deles.

Essa mochila eles usam para colocar os
acessórios da bicicleta: capacete, luva, joelheira.


Agora é esperar a próxima em novembro! :)

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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Salsichamacarrones

Rotina é algo muito bom para as crianças. Quebrar a rotina de vez em quando também. O primeiro caso exige muita disciplina. O segundo, criatividade! Neste caso, vale, inclusive, se inspirar em outras mães. Foi o caso ontem. Infelizmente, não saberei dizer quem inventou isso porque já vi em tantos sites a idéia que me perdi completamente sobre o autor original - sorry.

A idéia é simples e óbvia, como todas as coisas legais. Salsichas fatiadas, macarrão espaguete "quebrado" ao meio e duas crianças (no caso aqui de casa). A instrução para elas é simples: em cada salsicha, espete 3 macarrões. Achei que 3 era um bom número e combinamos assim, mas pode ser quantos cada mãe/filho(a) achar que está bom.

Faça a primeira e vai lavar sua louça tranquila porque eles vão se encarregar do resto. Eu coloquei as salsichas já fatiadas num pratinho, o macarrão já "partido" em outro e deixei um pratinho vazio para eles irem colocando as "salsichasmacarrones" (que foi como apelidei o prato aqui em casa) prontas. Ah! Antes de tudo, já coloca a água para ferver. Quando as crianças terminarem de preparar, ela já estará fervendo.



- "Mamããããeee! Terminamos!"

Bem na hora que a água estava começando a ferver! ;)

Aí, meu trabalho foi colocar tudo na panela para ferver. Acrescentei mais um pouco de macarrão e alguns minutos depois já estava cozido.

Parênteses: Repare atentamente na foto ao lado as produções da Mana. Mordidinhas nas salsichas e três macarrões espetados juntos no mesmo buraco! rsrsrs

Para finalizar, molho de tomate caseiro envolvendo toda massa e um pouco de sal.

Fica assim:



Gostoso, fácil, rápido, diversão para as crianças! Mas não pode ser rotina... Salsicha só de vez em quando aqui em casa. As crianças sentaram na mesa e comeram com a mão mesmo: seguraram o pedaço da salsicha e comeram com o macarrão que está espetado nela. Já sabendo disso, deixei os guardanapos bem disponíveis sobre a mesa para facilitar a limpeza das mãos, que eu não sou boba. ;)

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Viva São João outra vez!

Quando chega a época das festas juninas, o que eu mais sinto falta é do amendoim cozido que eu sempre comia nessa época quando era pequena. Aqui em São Paulo o povo só conhece a versão torrada e estranham quando eu falo nele cozido, mas é das melhores coisas que há! Abrir a casca, comer o amendoim e depois morder a casca e chupar o caldo salgadinho que fica nela! Hum...

Além das comidas, o grande ponto dessa festa é a caracterização. Eu sigo a minha própria tradição de não cair nos modismos atuais que, na minha opinião, acabam nos afastando do que há de mais típico e genuíno dessa festa. O caipira é uma pessoa simples que não tem dinheiro, nem facilidades de comprar roupa. Daí os remendos que vai fazendo. A imagem dele também está associada a coisas que há muito não estão na moda, por isso, as roupinhas têm um quê de antigamente: babados, rendinha, bolinhas, laços, xadrez, chapéu, lenço no pescoço, vestido armado e por aí vai. Baseada nisso, nunca compro roupinhas para as crianças. Sempre aproveito o que eles já têm e vou dando um jeitinho aqui e outro ali até transformar a roupa numa roupinha caipira.

Dessa vez, peguei um vestidinho da Mana que era feito justamente de diferentes pedaços de pano estampados com as cores azul e amarelo predominantes. Comprei um rendinha para colocar na manga, fitas para fazer lacinhos e colocar na parte de baixo, uma fita mais grossa para servir de faixa na cintura e um veuzinho para fazer de anágua. Costurei tudo à mão mesmo, com linha, agulha e boa vontade. Ficou assim:

Olhando bem, dá pra ver a rendinha na manga do vestido

Como estava um pouco friozinho, coloquei essa blusa de manga bege por baixo e uma meia-calça grossa bege escuro. A faixa na cintura não ficou 100% na foto porque não há produção amadora que resista ao sentar e levantar toda hora. Paciência.

Posso dizer, sem risco de parecer só papo de mãe coruja, que a Mana era a mais linda da festa. Não pelo vestido - embora eu ache que foi o mais bonito :) - mas pela postura durante a apresentação. Ela estava radiante, segura, alegre, feliz! Cantou todas as músicas direitinho, dançou linda e graciosamente, sorrindo! Foi muito especial para mim ver a minha filhota tão livre e espontânea! Felicidade de mãe não é só a dela e não cabe só nela!

O Dubinha também teve festa dele na escola. Muitas e muitas barraquinhas de tudo quanto é coisa! Muitos e muitos brinquedos e, claro, a dança típica. Fomos para o ginásio na hora da apresentação dele e foi uma fofura! A turminha dele não fez a tradicional quadrilha, mas foi uma dancinha linda.

Coloquei uma calça jeans, uma camisa de manga comprida quadriculada e um chapéu do Pedro que ele comprou há muitos anos em Embu das Artes. O Dudu ficou todo feliz de usar o chapéu do pai. No fundo, no fundo, são esses pequenos detalhes que importam na vida de todos nós, não só das crianças.

No mês de maio, ele trouxe para casa um material para a gente fazer juntos uma lanterna para o São João. Nesse dia, eles acenderam as lanternas ao final da apresentação da Educação Infantil do colégio e fomos todos, já a noite caía, andando pela escola iluminados somente por elas e chegamos até uma grande fogueira que esquentou todo mundo.

Pula a fogueira ia iá!

E foi assim nosso São João!

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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Judô

 Então o Duba começou a fazer Judô na escola. Coisa fofa! E logo no primeiro semestre foi para sua primeira "competição". Uma escola aqui perto organizou o campeonato para as crianças que nasceram a partir de 2007 e convidou a turminha do colégio dele. Fomos!

Coisa mais fofinha o tatame montado, as placas para as notas e os juízes posicionados. Tudo muito tranquilo, sem pressão de competição. A ênfase era na experiência. Todos os participantes lutaram duas vezes e todos ganharam medalhas. O Dudu ficou super feliz.


 Ele ganhou as duas lutas, mas ninguém ficou preocupado com isso (imagina... eu nem fiquei contando... ;). Foi muito legal gritar o nome dele, vibrar, dar um abraço depois. O esporte é um caminho muito lindo para todo mundo e, sobretudo, para as crianças. É uma vivência muito positiva para a própria formação do caráter das pessoas.

A segunda luta foi muito engraçada porque o Dudu ficava parado, tranquilão e o menininho que lutava com ele era todo afoito, espevitado. Ele vinha pra cima do Dudu todo estabanado e um Dudu pum!, derrubava ele. Ele levantava de novo, vinha todos espevitado outra vez e pum! o Dudu derrubava ele. Foi assim a luta toda! Todo mundo morreu de rir assistindo. E o meu pequeno saiu de lá todo feliz. Não sem antes cantar o hino nacional e receber a medalha!


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domingo, 21 de outubro de 2012

Páscoa 2012

Foi assim que passamos nosso feriado de Páscoa esse ano. Precisávamos sair de cena e descansar.

Juquehy - SP - Brasil

Juquehy - SP - Brasil

Juquehy - SP - Brasil

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sábado, 20 de outubro de 2012

Vida

Em fevereiro, a Avó Amália, vó do Pedro, se foi. Era uma mulher muito forte e de personalidade. Sabia o que queria e dizia. Era muito querida pelo Pedro e para o Pedro. Ficamos muito tristes aqui... O Pedro estava em Nova York e dei a notícia por telefone.

Também falei com as crianças. É o tipo de coisa que elas sempre têm que saber. Disse que a vovó Amália tinha ficado muito dodói e que, como ela estava muito velhinha, os remédios já não puderam fazer com que ela melhorasse e ela morreu. Descobri que é importante dizer essa palavra. Os adultos, em geral, têm medo dela e projetam esse medo na criança, que, pelo contrário, precisa dela para fechar a questão. Se a gente não diz textualmente o que aconteceu, não define a situação geradora de angústia e isso abre espaço para fantasias - elas, sim, perigosas.

A gente não explica nada sobre o antes do nascimento para as crianças e, no entanto, dizemos: fulano nasceu! Mesmo assim as crianças lidam com o nascimento. Só muito mais tarde é que surgem os questionamentos sobre o "nascer", da mesmo forma sobre o "morrer". O "erro", se posso chamar assim, é que o adulto, que quer explicações porque já tem a questão posta, acha que a criança pequena também quer explicações. E ele não as tem para dar. Quem tem?

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E porque nascimento e morte são coisas da vida e porque esse blog é, no fundo, um blog sobre vidas, nesse mesmo post vou registrar a chegada do nosso Francisco, filho mais novo da Tia Susana e do Tio João. Ele nasceu em fevereiro e já está bem grandinho agora. Ainda não o conhecemos pessoalmente, só o Pedro. Achei que ele lembra o Dudu quando bebê, mas as fotos às vezes podem enganar. Tiro a prova pessoalmente!

Como moramos longe dos primos, tios, tias e avós, sempre, em todas as oportunidades, gosto de falar deles para os meus filhos. É uma maneira de mantê-los aqui perto. Depois que eu contei sobre o nascimento do Francisco para as crianças, elas estão sempre lembrando dele.

- "Mamãe, eu tenho agora 5 primos!" - diz o Dudu e a Mana.

E a vida segue.

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Só a Mana!

Mana, hoje, na volta da escola: "Mamãe, adivinha quem foi hoje na escola? Vou dar uma dica: começa com R!"

Eu, pensativa: "R?"

Mana: "A Júlia!"

Eu: "Ah... Como eu não pensei nela primeiro?!" (gargalhadas por dentro!)

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Barcelona

Aproveitamos a estadia em Portugal para escapulir até Barcelona sozinhos! As crianças ficaram com os primos na casa dos avós e, segundo relatos, se divertiram muito. Ainda bem que assim ficamos menos preocupados. Ao contrário de muitos pais que relatam se sentirem culpados quando saem sozinhos, não me sinto assim. Fico preocupada se vai ficar tudo bem com eles, sinto saudades, mas culpa, nesse caso, não.

Temos uma vida cotidiana voltada para as crianças, toda nossa programação e nossas atividades são voltadas para elas, finais de semana e feriados, madrugadas, hora de dormir e de acordar, em suma, estamos presentes física e emocionalmente o suficiente para não haver culpas por uma ausência física pontual e necessária (sim! é uma necessidade o tempo para nós dois também, ora bolas!).

Ficamos duas noites lá. Trouxemos um presentinho para cada um na volta: um Smurfete de pelúcia para a Mana e um joguinho eletrônico da Ferrari (em forma de volante de Fórmula 1) para o Dudu. Correu tudo bem. A cidade é linda e muito aprazível.

Casa Batlló, do Gaudí
A Sagrada Família
O estádio do Barça

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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A experiência do Kart

Eu fiquei um tanto quanto chocada quando percebi nas minhas pesquisas que não há um único kartódromo no Brasil que tenha um baby kart: kart próprio para crianças com menos de 6 anos. Um país com um histórico tão grande como o nosso em automobilismo, com pilotos de ponta em diferentes categorias ao redor do mundo e, além disso, com um povo com uma paixão tão grande por carros não já poderia ter um simples baby kart?! Minha humilde opinião é de que sim. Mas, enfim. Não há.

Passamos o Natal e Reveillon 2011-2012 em Portugal, com a família do Pedro. Nessa ocasião, minha cunhada descobriu um kartódromo que tinha uma mini-pista para os pequeninos, com os tais baby karts. No dia seguinte ao Natal lá estávamos nós, no Kiro - Kartódromo Internacional da Região Oeste. Os baby karts não tem muita potência e há um controle remoto para contralor o giro do motor, especialmente nas curvas. Foi preciso colocar um adaptador no acelerador e no freio para que o Dudu pudesse pisar fundo neles, até o final. Feito isso, ele calçou as luvas, colocou o capacete e foi embora na pista. Coisa mais linda!!! A Mana ficou morrendo de vontade de ir também, mas entendeu que precisa esperar mais um pouquinho.

O sr. que cuida do circuito, logo depois da primeira volta do Dudu, perguntou se ele já havia andado de kart antes. O Pedro respondeu que só na PlayStation (risos). O sr., então, disse que ele andava muito bem, que fazia o trajeto direitinho e que sabia a velocidade certa para contornar a curva. Não é por nada, mas fiquei especialmente feliz com esse comentário! É que as corridas e os carros são uma grande paixão para o Dudu e ouvir que ele efetivamente sabia fazer a coisa, mesmo sendo tão pequenino, me deixaram felizes por ele... Não faz a menor diferença, nesse momento, o que ele vai fazer com isso no futuro, se é que vai fazer alguma coisa. O que me encantou aqui foi perceber o quão próximo ele estava na prática de um gosto, uma paixão que era só teórica até aquele momento. Veja só que o sr. ainda foi mais longe e disse que "teria todo o gosto de tê-lo na equipe de competições"!!! O Pedro respondeu que nós morávamos no Brasil e ele logo emendou que deveríamos procurar uma equipe aqui para o Duba. Sei não... sei não... dá um medo pensar nisso...  : z

Na hora de parar, passamos por um susto! O sr. sinalizou que o Dudu levasse o kart para os boxes (vê se eu posso?rs). E o Dudu assim fez: saiu da pista em direção aos boxes. Foi indo... foi indo... foi indo... foi indo... e nada de parar! Puft!!! Bateu na parede e só assim parou o carro. Ele saiu assustado (e nós tb) e chorando. Não teve nenhum machucado, mas foi um grande susto para todos! Ele não pisou tudo o que podia no freio, assim, só reduziu um pouco a velocidade - o que não foi suficiente para freiar completamente. Ufa! Paciência. Esses coisas acontecem... daí o "medo de pensar nisso".

Os primos Gonçalo e Guilherme também pilotaram na sequência. O primeiro na mini-pista. O segundo na pista dos "grandes", junto com o pai, tio João. Ficamos assistindo enquanto comíamos salgadinho chips.

Dudu Senna do Brasil!

Voltamos lá no dia seguinte e o Dudu foi correr na pista grande com outro menino que estava por lá treinando para competições. Ele ficou bem acanhado todo o tempo. Devia ainda estar muito forte a lembrança da batida no dia anterior e ele ia bem devagarinho na pista, arrancando com isso um inacreditável "Acelera, filho!!!" da sua mãe aqui.

Ficou a experiência e a oportunidade. Na volta ao Brasil, fomos ainda ao Kartódromo de Interlagos para ver se ele conseguia fazer uma aulas. Até conseguimos, mas o Dudu ainda não se entusiasmou para isso. Deixemos que as coisas corram naturalmente. Essa é sem dúvida uma grande paixão para ele e só ele pode dizer que lugar essa paixão vai ocupar na sua vida. Por enquanto, nos faz acordar até de madrugada para ele assistir os treinos e corridas da Fórmula 1. Sim, senhores! Até os treinos de  madrugada!!!

Ele sabe a posição de todos os pilotos e equipes no campeonato, sabe as posições nos grids de largada e nas chegadas de todas as corridas, conhece todas as pistas, sabe a sequência em que as corridas ocorrem, descreve com minúcias para mim as batidas e ultrapassagens que eu não vi e conversa com o pai sobre tudo isso como "gente grande". Se alguém cai na besteira de ligar logo depois de uma corrida, tem que ouvir todos os comentários dele sobre o assunto, incluindo a posição de chegada de todos os pilotos, como se isso fosse a informação mais importante da face da Terra! E para ele, naquele momento, é! Quem duvida?!

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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Maestro!

Ontem, domingo menos frio do que nos outros dias da semana passada, tivemos uma manhã agradável na Praça Victor Civita. A Orquestra Filarmônica Bachiana Sesi SP apresentou-se com o grande maestro João Carlos Martins às 11 da manhã. Ambiente aconchegante, público atento, clima agradável... música excelente! A orquestra apresentou algumas músicas, desde o barroco até os dias atuais, mostrando a evolução da dança nas diferentes épocas.

Minhas crianças ficaram sempre atentas. A Maninha preferiu dançar em alguns momentos - nada mais condizente com o objetivo do espetáculo! O Dudu olhava para os violinistas e tentava reproduzir as posições dos dedos no instrumento.

Eu (e toda a torcida do Flamengo) fiquei particularmente impressionada e emocionada com a presença e a atuação do maestro João Carlos Martins. Quando fazemos algo com o coração, quando algo faz sentido para a gente, passa a fazer muito mais sentido para o outro também: uma prova disso é o olhar acolhedor e a receptividade do público ao trabalho dele. Foi lindo!

Simpatia e Talento
Emocionante!


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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Manuzices e Eduardices

Mana: Mamãe, minha barriga tá com sono.
Eu: Com sono? Como assim?
Mana: É que ela está roncando.

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Dudu: Mamãe, que desenho maluco.
Eu: Por quê?
Dudu: Porque o passarinho está miando e o gato está passarinhando.

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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Música Clássica

Tirei daqui
Estava eu procurando alguma atividade para fazer com as crianças no último final de semana quando me deparo com um e-mail do Auditório Ibirapuera na minha caixa postal. Fui ver as atrações em destaque para o mês de maio e o que vejo: Orquestra Sinfônica Alemã de Berlim - matinê para crianças no sábado, 12 de maio, às 16 horas - entrada gratuita - ingressos distribuídos na bilheteria do Auditório. Boa! No dia seguinte fui até lá e retirei os ingressos.

Bem, a Orquestra Sinfônica Alemã de Berlim é considerada uma das 10 melhores do mundo e ia apresentar o "Quebra-Nozes": que oportunidade bacana que teríamos! E tivemos! 

Essa apresentação está inserida no projeto Morzateum, que eu não conhecia e passei a conhecer. Depois que os músicos entraram e se posicionaram, o apresentador passou a explicar todas as componentes da orquestra - instrumentos e função - pedindo para que os músicos tocassem um pouquinho cada instrumento para que as crianças identificassem o som. Foi bem didático e interessante. 

Depois entrou o maestro Vladimir Ashkenazy, muito simpático, e o apresentador narrou a história do Quebra-Nozes. Assim que ele saiu: música! Muito bonito. A Mana não parava quieta e a gente tinha sempre que pedir para ela falar baixo porque ela não parava de apontar para uma musicista brasileira que tocava viola e foi apresentada ao público no início do espetáculo. Toda hora a Mana: "Mamãe, aquela ali é do Brasil", "Mamãe, aquela ali é brasileira", "Como é mesmo o nome do instrumento dela?". Num determinado momento, ela identificou uma música que a Barbie dança no filme "Barbie e o Quebra-Nozes" (acho) e lá foi ela dançar balé em pleno auditório durante a apresentação da orquestra!!! Barbie também é cultura, afinal! E a Mana só quer ser feliz!

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Teatro para bebês e origami

Há dois sábados, levamos a Mana no Sesc Pinheiros para assistir um espetáculo de teatro para bebês. É do grupo Sobrevento. Chama-se "Bailarina". Fomos e não tinha mais ingressos, apesar da informação de que eles seriam distribuídos 1 hora antes do espetáculo e faltarem exatos 60 minutos para o início do espetáculo. Outros pais presentes estavam com a mesma dúvida que eu: "Como assim, Bial?". Explicação: o espetáculo foi incluído na Virada Cultural, que ocorria naquele final de semana em São Paulo, e os ingressos foram distribuídos no dia anterior. Sem grandes anúncios e sem a correção da informação no site. Alguns minutos depois, o responsável pelo projeto resolveu distribuir ingressos aos pais presentes.
Fonte: www.gruposobrevento.com.br

Espera um pouquinho e já deu a hora. Nos acomodamos junto com os outros bebês e pais. Começa o espetáculo. Devo dizer que as crianças ficaram atentas, era bonitinho e tal. A Mana prestou atenção o tempo todo, tapou os ouvidos na hora que a atriz se aproximou dela com alguns colares na mão para ela ouvir o barulho e vibrou com a caixinha de música (tenho que comprar uma para ela!). Mas... dizer aqui que o espetáculo é bom, não vou dizer, não... o tema é fácil e ajuda (como errar com bailarinas?), mas o espetáculo carece de mais "sustância" no meu entendimento. De qualquer forma, é um programinha para os bebês.

Depois que terminou, aproveitamos para almoçar no próprio Sesc Pinheiros. Comidinha honesta. O Pedro descobriu, enquanto eu estava com a Mana no teatro, que ia ter contação de histórias e seguimos com as crianças para ouví-las. Já tinha começado. A contadora estava devidamente caracterizada de gueixa e contou duas histórias populares do Japão, aproveitando para ensinar algumas palavrinhas em japonês para a audiência. Muito simpática a moça. No fim, fizemos origami. O Dudu se empolgou bastante e fez tudo direitinho. A Mana guardou os papéis para fazer em casa. Como eu ia fazendo ao lado do Dudu, dei os que fiz para ela no final.

Estávamos já saindo quando a Mana pediu para voltar e fazer uma pergunta para a contadora de histórias. Lá fui eu. Pergunta: "Você mora em Tóquio?". A Maninha é mesmo uma fofurinha!!!!!! A senhora ficou toda sorridente, contou que os pais dela é que moravam em Tóquio e que ela já foi lá algumas vezes mas que morava aqui no Brasil. Fomos embora com a Mana toda satisfeita repetindo mil vezes que Tóquio é a capital do Japão. Então tá "bão".

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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Urgência da vida

As crianças estão aí para nos alertar o tempo todo para a "urgência da vida"! Ela não acontece ontem, nem amanhã. Ela acontece agora. E, ironicamente, eu aprendi isso a partir da morte.

Não importam as dores que os nossos ombros carregam... agora é hora do banho! Vamos jantar! Todos para o banheiro para escovar os dentes. Qual história querem ler para dormir? Toma sua mamadeira e eu copo de leite. Já fez xixi? Durmam bem. Hora de acordar. Sua mamadeira de novo. Vem tomar seu leite! Quem vai trocar de roupa primeiro? Vai colocar seu sapato. Quer ajuda? Já arrumei sua lancheira. Quem vai escovar os dentes primeiro? Deixa eu lavar seu rosto e pentear o cabelo. Todo mundo já calçou os sapatos? Ponham os casacos. Esse não que está sujo. Vou pegar outro. Pegaram as mochilas? Senta direito que tenho que colocar seu cinto. Depois venho buscar você na escola. Sentem na mesa que é hora do almoço. Não quero brincadeira agora. Venham para a mesa. Só mais 3 colheradas. Agora uma fruta. OK, você pode comer a sua fruta no lanche da tarde hoje. Vão brincar. Vou fazer feira. Nada de briga. Pede desculpa para sua irmã. Empresta para seu irmão um pouquinho. Cuidado que essa brincadeira pode machucar. Quem vai tomar banho primeiro hoje? Arrumem seus brinquedos. Vem que mamãe põe gelo e dá um beijinho para passar. O papai já vai chegar. Quem quer desenhar antes de dormir? Eu jogo o jogo do circuito com vc.

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Pai

19 de janeiro de 2012... eu ainda não achei as palavras... ainda não sei lidar com isso...

Eu vivi tudo de mais bonito, genuíno e sincero que uma filha pode viver com uma pai. Tudo o que cabe nessa relação eu vivi! Foi forte, seguro e intenso. Ele foi um pai presente, participativo e amoroso. E, ao longo da minha vida, eu sempre tive a exata consciência disso. Qualquer que fosse essa data, sempre seria cedo...

O único consolo que pode haver diante dessa situação é poder olhar para trás e não ter nada a reparar, nenhum arrependimento, nada por fazer. Fui plenamente feliz como filha dele e acho que nunca dei motivos para que ele se envergonhasse ou ficasse decepcionado comigo. Lógico que fiz coisas que devem o ter deixado triste e/ou irritado, como toda criança e adolescente faz. E ainda bem, porque isso é algo natural das relações (de qualquer relação) e é o que garante a verdade delas. Em tudo: sempre o respeito.

O difícil é conviver com o presente e o futuro sem ele... sem a sua presença espirituosa, sem sua jovialidade, disposição, bom humor, brincadeiras... sem sua sabedoria, paciência infinita, segurança, proteção, seu equilíbrio, sensatez... sem sua curiosidade instigante que contagiava, suas tiradas, suas idéias e suas soluções criativas... sem o seu carinho, seu cuidado, sua preocupação silenciosa com detalhes, sua atenção, seu amor... sua generosidade e exemplo de vida... ele sabia muito sobre a vida e sobre o que é realmente importante... os livros que ainda tínhamos para ler... os programas que íamos fazer... as viagens... as comidas... as conversas... os abraços... tantos planos eu tinha...

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Cada família tem seus códigos próprios. Esse blog deixa nas entrelinhas os códigos da minha família, daí o nome que escolhi para ele. Os meus códigos familiares têm raízes profundas e bem fincadas no solo porque vêm dele, do meu PAI.

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O braço dele por trás das minhas costas segurando o meu braço do outro lado e a gente caminhando e conversando... assim, juntinhos... de repente, upa! A perna dele levantava para o lado e me levantava junto! Meu grito de susto e a risada gostosa e sincera dele!

Sentada no sofá ao lado dele sentindo todo o carinho da mão grande e grossa do trabalho coçando a minha cabeça enquanto a gente assistia qualquer coisa na TV...

Ele chegando perto de mim, não importasse o que eu estivesse fazendo, para falar das últimas conclusões sobre um tema qualquer: de física quântica à bíblia, passando por OVNIs e política... ou só contar uma coisa engraçada que aconteceu naquele dia.

Deitada na cama dele ou no sofá da sala lendo em voz alta um livro novo com um tema interessante... e parando a cada frase que nos surpreendesse... ele abria bem os olhos e levantava as sobrancelhas... Ou.... eu parando a leitura para saber se ele já tinha dormido: "Pai, vc está dormindo?". "Hum?" (assustado). "Pai vc estava dormindo???" (indignada). "Não. Não estou, não". "Então o que eu li por último?". Às vezes ele respondia certo... em outras, se enrolava todo... "Pai, vc já estava dormindo!! Nem ouviu!" (indignada). "Filhota, sabe o que é? É que o pai tá cansado demais hoje" (dizia isso com todo o cuidado para não me magoar por não ter conseguido ficar acordado).

O picadinho de chuchu e o arroz, feijão e bife temperadinhos que eu fazia e ele gostava tanto... eu caprichava no alho e cebola...

Os passeios no clube quando era criança...

As idas para a "roça" indo ver as plantações dele no trator...

As invenções dele compartilhadas com a gente...

Nossas brincadeiras de esconde-esconde quando ele chegava da "roça" extremamente cansado, sujo, com o cabelinho branco bagunçado e a disposição de quem acabou de acordar de um sono longo e reparador... rolava no chão, jogava a gente pra cima, se escondia em cima do guarda-roupa (exatamente! em cima do guarda-roupa! imagine o que é isso para uma criança!!! nunca vou esquecer da minha felicidade por encontrá-lo ali depois de um tempão procurando!!!), depois deitava no chão (como quem deita num colchão de plumas), esticava o braço para a gente colocar a cabeça em cima usando de travesseiro e conversava... perguntava do dia, da semana, da escola...

A noite inteira acordado comigo quando eu tive rubéola e me coçava inteira, desesperadamente.

...

Me faltam palavras porque tudo o que eu penso em escrever sempre é pouco... é nada diante do que é...

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Divertido. Professor Pardal. Culto. Sonhador. Filho. Caprichoso. Irmão. Compreensivo. Leitor. Crítico. Marido. Pesquisador. Amigo. Trabalhador. Conselheiro. Criativo. Amoroso. Inventor. Sogro. PAI. Lindo. Feliz. Sábio. Paciente. Carinhoso. Tolerante. Alegre. Tricolor. Generoso. Brincalhão. Inteligente. Humano. Aventureiro. Avô. Pensador. Técnico. Tio. Presente. Cunhado.

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Quando o Pedro disse, naquela noite, para as crianças que o Vovô Carlos tinha morrido, o Dudu (5 anos) olhou assustado para ele: "Morreu?". O Pedro confirmou. Dudu nada mais disse. Sabia, intuitivamente como toda criança sabe, que aquilo era algo forte e definitivo. A Mana me olhou sentada no sofá ao lado deles - olhos vermelhos, chorando, desolada - e não disse nada. Sentou no meu colo, virada de frente para mim, as perninhas ao redor do meu quadril, me abraçou. Depois colocando as mãos no meu rosto: "Mamãe, fica feliz que o vovô está bem". "Mamãe, eu te amo e vou ficar com vc para sempre". Por várias vezes repetiu isso, me fazendo carinho e me beijando. O silêncio e as palavras das crianças...

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