quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Primeiro passo

Na sequência do processo de escolha da primeira escola para o Dudu, escrevi esse outro texto. É perceptível o quanto a ironia e agitação do primeiro texto vão cedendo espaço para uma tranquilidade e segurança ao longo desse. Como aconteceu aqui dentro de mim...

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"Ufa! Encontrei a escola que procurava. O caminho foi longo até chegar a ela, mas valeu a pena. Pela primeira vez, não senti a angústia que me acompanhava sempre que pensava que o meu pequenino ia para a escola. Acho que este é o melhor dos critérios. Determinante mesmo. Tomei a decisão hoje com confiança e segurança. Certa de que é isso que procurava. É uma sensação de alívio e tanto. Por isso, o 'ufa' do começo. Alívio porque não vou ter de me submeter a nenhuma escola por 'falta de opção melhor'.

Depois da primeira rodada decepcionante de visitas, decidi melhorar o filtro de pesquisa. Descartei escolas que não fossem bilíngues. Fiz uma busca na internet focada no alemão porque acho que é um idioma interessante para se aprender cedo: tem uma outra estrutura linguística, em relação às línguas latinas - o que pode representar muito em termos cognitivos, especialmente aos dois anos. Encontrei na internet outras duas escolas alemãs (já havia visitado uma, mas não havia vaga no currículo alemão). Gostei das duas, porém as duas são distantes. Não há remédio para esta questão. Vou ter que encarar o trânsito com meu pimpolho de qualquer forma. Já comecei a pensar em diversas formas de distração durante as 'viagens' matinais. Ocorre que isso só acontecerá daqui a dois anos, porque ambas as escolas só aceitam a partir dos quatro anos. Deixei reserva feita nas duas e prossegui com minha saga! Lembrei de pedir, nas duas, indicações de escolas alemãs para a idade dos 2 aos 4 anos. De posse de uma lista, marquei visitas de caráter exploratório.

Na primeira escolhinha: desespero! Uma casa com ares de abandono; montes de crianças apinhadas numa sala pequena com uma mesa que ocupava todo o espaço; papéis por todos os lados, supostamente representando os 'trabalhos' das crianças. Todas ficavam juntas nessa sala. Não havia divisão por idade, por nada. Não que eu seja a favor da segregação, mas cada faixa etária demanda um mínimo de interação e intervenção específicas... Definitivamente meu filho não ficaria ali. Ninguém leva um filho naquela escola, no máximo, larga ele lá.

Visitei outra e a impressão não foi muito diferente... Pânico! Não existe uma escola decente para esta idade, com espaço minimamente digno para crianças, que pelo menos nos desse a ilusão de segurança e confiança??? Por um momento cheguei a pensar na possibilidade de deixar o Dudu em casa até os 4 anos... Foi então que liguei para um outra escola da lista. Quem atendeu do outro lado foi uma pessoa calma, solícita, que conversou pacientemente comigo, explicando em detalhes o que eu perguntava. Esperança. Marquei para o outro dia pela manhã. Nem queria mais marcar outras tamanha foi a esperança que me abateu, mas como a próxima escola da lista ficava na mesma rua dessa, achei que não custava nada marcar uma visita na sequência.

No outro dia, bem cedo, fui toda faceira! E minhas expectativas foram atendidas! Logo de cara, adorei o espaço. Era uma casa que não dava a menor pinta de ser jardim de infância para quem passava na rua. Era uma casinha reservada. Não havia gritaria de crianças ensandecidas... não havia sensação de desordem e sujeira nos trabalhos expostos na parede, mas uma sensação de aconchego, de valorização... tudo muito organizado, calmo... um quintal muito bem cuidado atrás da casa, com bichos, caixa de areia (de verdade e não um quadradinho no chão só pra não dizer que não falei das flores), balanço, parquinho, graminha bem aparada, pato, coelho, galinha... as várias galochas coloridas das crianças numa prateleira na entrada do quintal para os dias de lama foram o golpe fatal neste coraçãozinho já amolecido. Não resisti e confessei para a diretora que tinha uma escola para visitar saindo dali, mas que a escola dela me convenceu. Tinha alguma coisa ali... um cuidado... significado. Gosto disso. Gosto quando as coisas não parecem estar ali só para estarem, tem uma história por trás, uma intenção. Foi isso o que senti.

A escola seguinte se revelou boa... uma boa segunda opção. A matrícula foi feita na outra semana. Levei meu filho. Ele ficou envergonhado quando todos olharam para ele. A primeira escola alemã que visitei, a tal que não tinha mais vaga no currículo bilíngue, me enviou um e-mail pedindo uma posição sobre a reserva que fiz no currículo brasileiro (fiz por precaução... não sabia o que viria). Respondi agradecendo a atenção, dizendo que gostei da escola, mas que queria mesmo que meu filho tivesse alemão desde já (e não aos sete anos). Recebi ligação no mesmo dia e senti que só não ofereceram a vaga no currículo alemão naquela hora porque ficaria muito feio, já que eles haviam afirmado e reafirmado na visita que não havia nenhuma hipótese de vaga neste currículo.

A grande verdade disso tudo é que os critérios racionais nos guiam por um caminho, estabelecem parâmetros, eliminam opções... mas, no final, é a emoção quem decide. Meu coração já estava naquela escola porque eu, pela primeira vez em todas as visitas que fiz, consegui imaginar o Du lá... sentadinho fazendo trabalhos manuais, brincando no parquinho, lanchando e distribuindo seu sorriso tão lindo.

Duro vai ser recomeçar o processo quando ele tiver que sair aos 4 anos... Quando chegar lá, eu penso nisso.

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Escol(h)a

Semana passada demos um passo muito importante para a vida do Dudu. Escolhemos a escola que ele vai estudar a partir do ano que vem. Onde ele está agora é para crianças até os 4 anos e o processo para decidir a "escola grande" (daqui pra frente) não foi simples.

Na verdade, eu posso dizer que ela começou no final de 2008 quando começamos a pesquisar aquela que seria a primeira escola dele. Foi lá que comecei a pensar sobre o assunto, ponderar, identificar o que eu procurava efetivamente, o que o Dudu precisa (ou o que eu acho...rs), descobrir o que é importante para mim, para ele... Na época, escrevi o texto abaixo que hoje, relendo, percebo que o meu tom um tanto irônico no registro denuncia, na verdade, as dificuldades e angústias que tive que lidar durante todo o processo.

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"O momento é delicado... Escolha da escola do bebê!

Como se escolhe isso? Como minha mãe conseguiu escolher? Quais os critérios que ela utilizou? Acho que a vida antigamente era mais fácil... Morando numa cidade pequena, com poucas opções e sem que esse assunto levantasse tantas questões quanto hoje, deve ter sido simples: a mais perto de casa e onde meus primos, irmã e conhecidos já estudavam - sendo ela muito religiosa, posso dizer que o fato de ser uma escola de freiras também ajudou. Duvido muito que tenha ido visitar escolas antes, conversado com as diretoras para conhecer os projetos pedagógicos, estrutura física etc. Aliás, o que é projeto pedagógico? Naquela época nem existia... ninguém ouvia falar disso, o que vem a dar no mesmo. Hoje, existe, mas muitas vezes tenho tido a impressão de que ainda é só no papel...

Que critério, afinal, devo utilizar? Bom, o valor das mensalidades é um bom critério. O mais objetivo de todos, pelo menos. Distância também. Mas, ainda assim, existem cerca de dez escolas dentro da mesma faixa de preço e dentro do mesmo raio de distância da minha casa.

Aí entra o projeto pedagógico... exatamente igual em todas! É impressionante: todos oferecem 'condições para que seu filho construa o seu próprio conhecimento, num ambiente estimulante com atividades que favorecem o contato social e a apreensão do mundo de forma lúdica'. E???

Para piorar, o acesso à informação, por incrível que pareça, às vezes atrapalha, viu?! (olha o ponto em que cheguei!!!kkkk) Essas 'pesquisas recentes' só deixam mais difícil a decisão: dizem que o melhor momento para a aprendizagem de um idioma é nos primeiros anos de vida. Lá vou eu procurar uma escola bilíngue (não foi só baseada nessas pesquisas que tomei essa decisão, óbvio, mas me permito uma licença poética aqui)! Novo dilema. Nas escolas que visitei: ou só atendem crianças até os 6, 7 anos; ou só atendem crianças depois dos 4, 5 anos (o que te obriga a procurar nova escola depois); ou atendem crianças de todas as idades até o final do ensino médio, mas não têm mais vaga no currículo bilíngue ('Mas ensinam outro idioma, numa aulinha que seja?', 'Nessa idade, não. Só depois dos 6, 7 anos'. E as 'pesquisas recentes'??? Só eu ouvi falar delas?

Vamos recorrer, então, aos rankings de grandes revistas e jornais e aos resultados do Enem. Ãh?! Qual a relevância do resultado do Enem para crianças de 2 anos? Não importa. Neste momento eu só quero um critério de avaliação e os rankings estão aí para isso! Dentre os 10 melhores, a maioria está incluída em mais de uma 'categoria' comentada acima e o resto é ligada a alguma religião. E, convenhamos, definitivamente escola e religião não combinam. Minha opinião.

A coisa está tão delicada que até questões básicas viraram critérios de avaliação. E nem é por excesso de exigência minha... Parece absurdo, mas mesmo em escolas consideradas de 'alto padrão', bem colocadas nos famosos rankings, tenho utilizado a limpeza como critério eliminatório! Escadas (estou falando de verdadeiras escadarias, ãh?!) nos acessos às salas e/ou parque infantil das crianças do maternal também já me ajudaram a eliminar algumas escolas.

O lado bom (e ruim) é que ainda tenho escolas para visitar. Será que é pedir demais fazer uma matrícula com convicção?! Em breve, os próximos capítulos dessa saga."

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Bem bolado

Resolvi fazer um bolo com as crianças (novidade...rs).

- Vocês querem bolo de quê?, perguntei.

- Bolo de zebra!, disse o Dudu. [uma mistura de bolo branco com bolo de chocolate com efeito de zebra]

- Bolo rosa!, disse a Mana ao mesmo tempo que o irmão.

Os dois se entreolharam irredutíveis, percebi.

- Beleza! Vamos a isso!, respondi.

Resolvida a "questã"

Porque praticidade é tudo numa hora dessas.

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Biliri

Há algum tempo, por conta do trabalho, conheci o Teatro do Centro da Terra. Bem, o Centro da Terra é uma companhia de teatro que ganhou destaque em São Paulo, e no Brasil (e depois internacionalmente com os espetáculos seguintes do mesmo gênero), com a montagem "I Expedição Experimental Multimídia - Viagem ao Centro da Terra". Foi um espetáculo interativo (marca forte da companhia) que se passava dentro de um túnel abandonado sob o Rio Pinheiros. Isso foi em 1992.

Em 2002, eles inauguraram o Teatro deles, que ganhou o nome de Centro da Terra, não só como uma homenagem ao espetáculo ícone da companhia, mas porque fica situado doze metros abaixo da superfície terrestre!

Toda essa introdução para que não reste dúvidas sobre o caráter único e surpreendente das suas produções. E o que eu conheci há algum tempo, por conta do trabalho (como estava dizendo...), foi, mais precisamente, o espetáculo (também interativo, ora bolas!) O Ilha do Tesouro. Queria muito poder levar meus pequenos, mas isso só será possível quando eles tiverem 7 anos (idade mínima permitida). Portanto, apesar de ter ficado deslumbrada e empolgada com o que vi desse espetáculo, maiores detalhes sobre ele aqui nesse blog só quando o Dudu tiver 7 anos (faltam 3...).

Entretanto, outras opções não faltam! Fomos com eles assistir Biliri e o pote vazio. Bem, enquanto a gente aguardava o início do espetáculo na sala de espera, adivinha o que as crianças comeram? Pão de queijo, só para variar um pouco... ;) E conversamos sobre o espetáculo: quem seria o Biliri e por que o pote está vazio?!

Entramos, nos acomodamos e o espetáculo começou. O Dudu não piscou o olho durante todo o tempo! Nem o Pedro. Nem eu. As luzes concentradas nos atores em cena favorecem a concentração dos pequeninos. As sombras e os recursos multimídia perfeitamente sincronizados com os movimentos das personagens aguçam a curiosidade de todo mundo! A mensagem simples e bela da história é de uma profundidade que só as coisas simples e belas podem ser. E tomou conta até das técnicas utilizadas em cena - tão complexas, mas que nos parecem tão simples tamanha a sincronia da equipe na realização. Mais ou menos assim: tudo fica simples e belo e suave nesse espetáculo, até o mais complexo, até o mais profundo.

E a Mana? Como se comportou? No alto dos seus 2 anos, teve medo no começo quando as luzes foram reduzidas. Ficou abraçadinha em mim, de costas para o palco. Mas aí... aí a história foi começando... apareceu a primeira personagem com sua roupa belíssima e ela deu uma olhadinha... apareceu outra personagem, com sua roupa também muito bem trabalhada e ela deu outra olhadinha... aí apareceu o Biliri e algumas flores e ela virou de frente para o palco e assim ficou até o fim! Coisa mais linda.

Eu saí de lá tão contagiada pelo show de criatividade que comecei a ter um monte de idéias, entrei em casa arrumando tudo, querendo resolver tudo, uma coisa! Criatividade definitivamente é contagiante!!! Criatividade me inspira!!!

A Mana ainda ficou uns dois dias perguntando toda hora sobre o Biliri e a gente tinha que ir contando os pedaços da história - das personagens, dos objetos, das flores, do pai do Biliri etc.

Como não somos bobos e o Pedro é ligeiro, na mesma semana já recebemos em casa, via correio, o livro que serviu de inspiração para o espetáculo: O Pote Vazio. Leitura obrigatória nos dias seguintes, lógico!

Destaque para as ilustrações que conseguiram
traduzir a simplicidade e beleza da história

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Hiperconectividade*

Quando eu fiquei grávida do meu filho, meu marido e eu recebemos um cartão de um casal de amigos mais velhos com uma única frase: "Esta será a maior transformação das suas vidas". Definitivamente, eles não precisavam escrever mais nada. É isso. Não é à toa que repito essa frase para todos os amigos que engravidam.

Nada fica igual depois que filho(a) chega. Você se vê repartida, ao mesmo tempo em que se torna mais inteira. É a mulher que se transforma. É a esposa que muda. É a mãe que se descobre. É a filha que se recoloca. É a profissional que se reposiciona. Tudo retudo. E se não for assim (porque não se sabe ou não se quer saber), tanto pior.

Filho(a) mexe com o que há de mais primitivo na gente. Filho(a) apresenta você para você mesma. Filho(a) nos expõe a nós mesmos. Filho(a) é a oportunidade de ver o que há de pior em você. Filho(a) é a oportunidade de ver o que há de melhor em você. Filho(a) é a vontade de ser alguém melhor.

Por isso que dizem que só sendo mãe para saber o que é ser mãe. É uma aventura pessoal e intransferível. Nenhuma situação na vida se compara em complexidade. Mesmo quando tudo isso escapa da consciência. Porque mãe não é da ordem do racional. Mãe é da ordem da emoção. É instinto - é o que sinto; é desejo - é o que anseio; é pulsão - com pulso acelerado e desacelerado; é o que vejo - e o que eu não vejo.

Mãe é quando a rotina é sinal de amor. Mãe é quando o cuidado existe mesmo quando se está cansado. Mãe é quando educar às vezes dói (nela e no(a) filho(a)). Mãe é. Apesar disso ou daquilo. Mãe sofre. Mãe ri. Mãe chora. Mãe se irrita. Mãe vibra. Mãe tem que deixar de ser filha.

E mesmo com tudo, mesmo apesar de tudo, mesmo contra tudo, mesmo assim, mãe não sabe se está certa. Mãe guia o(a) filho(a) por um túnel escuro, sem saber bem pra onde, sem saber por que, sem saber por onde, sem saber como (mesmo quando sabe). Mãe só guia. Confia. Enquanto caminha, aprende e ensina.

Mãe segura na mão e depois tem que aprender a soltar pra depois ensinar a soltar. Mãe tem que aprender a dizer não para si mesma, pra depois dizer não. E tem que aprender a dizer sim. E tem que aprender se faz assim - até quando não sabe.

E tudo o que acontece na caminhada e na chegada se volta pra ela. Mesmo que ninguém repare. Mesmo que ninguém separe. Mesmo que ninguém se importe. Mesmo que ninguém reclame. Mesmo que ninguém a chame. Mesmo que todo mundo repare. Mesmo que todo mundo separe. Mesmo que todo mundo se importe. Mesmo que todo mundo reclame. Mesmo que todo mundo a chame.

A calma acalma
O braço abraça
A perna levanta
O canto encanta
O colo acolhe
O olho espellha
O grito irrita
O choro chama
O coração inflama
O quadril enquadra
O ombro aguarda
O peito é o leito
O nariz fareja
A boca na bochecha
A mão contorna
O corpo entorta
Mãe é um corpo que se mantém conectado
Mesmo depois do cordão umbilical ter sido cortado.

Mão não é só isso, mas isso tudo é mãe.



*Texto escrito por mim em 03 de setembro de 2010.

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Cinema infantil

Preferido do Dudu
O primeiro final de semana de setembro foi marcado por cinema! Fomos ver o filme dos Smurfs, que o Pedro tinha prometido faz tempo às crianças, no sábado. É muito legal a experiência de ver algo que a gente costumava assistir quando criança cativando os nossos filhos do mesmo jeito.

Preferida da Mana
Eu lembro de assistir os smurfs todos os dias de manhã quando pequena. Lembrava, obviamente e como todo mundo na mesma situação, de todas as personagens principais. Achei o filme uma fofurinha. A Maninha, doentinha (gripe e febre), dormiu toda a primeira parte do filme, mas assistiu ao final, concentrada e quietinha no meu colo. O Dudu nem piscou os olhos, sentado em perfeita postura na cadeirinha dele (com o devido elevador de assento).

Na saída, aproveitamos que os filmes da Fici - Festival Internacional de Cinema Infantil - estavam passando bem no cinema em que fomos e demos uma olhada na programação. A primeira coisa que eu vi foi um filme de um fusquinha. E fusquinhas, todos sabem, é prioridade máxima aqui em casa!

O nome do filme é Poli, o fusquinha de polícia e é um filme holandês com classificação 4 anos, mas dá tranquilo para todas as idades. É uma história bem bonitinha e ingênua. A Mana dormiu todo o filme dessa vez e saiu do cinema ardendo em febre tadinha... O Dudu novamente se comportou como um rapazinho: ficou sentadinho na cadeira dele, bem atento ao filme. No final veio nos dizer todo feliz que assistiu o filme todinho de novo!

Já em casa, foi procurar na imensa coleção de carros dele, algum fusca preto ou branco que pudesse ser, dali em diante e oficialmente, o Poli. Com preguiça de virar a caixa toda, veio me pedir ajuda e eu lembrei que ele já tem um fusquinha preto E branco e DE POLÍCIA!!!! Igualzinho ao Poli!!! Ele ficou todo feliz e só brinca com o Poli agora. É o seu novo xodó.

Nada se perde. Tudo se aproveita!

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domingo, 11 de setembro de 2011

Lei de talião

Fonte: Wikipedia

À noite, a Mana pediu para dormir no beliche do Dudu (no alto, entenda-se).                                

- Quando você for grande, a mamãe deixa. [respondi]

No outro dia, a mamãe, brincando com a Mana, pediu para entrar no avião da Barbie dela.

- Quando você for pequena, a Manu deixa. [respondeu]

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sábado, 10 de setembro de 2011

Mentira da infância

A recente viagem para a casa dos meus pais talvez tenha sido o disparador da vontade de fazer com meus filhos algo que eu sempre comia quando era pequena: mentira! Mentira é o nome do... da fritura. Difícil definir mentira. Não é bolo, nem doce, nem biscoito... é mentira mesmo. E só.

Todo final de semana, Lia, Lenir ou Katia (as meninas que já trabalharam lá em casa quando eu era pequena) faziam a tal da mentira. As mentiras eram sempre oferecidas para as visitas e quem passava lá em casa, mesmo para uma conversa rápida, sempre aproveitava para as comer. Lembro de comê-las com café com leite ou leite com achocolatado.

Eu e minhas irmãs sempre ajudávamos a fazer, quer dizer, a cortar e/ou enrolar a mentira antes de fritar. Lia, Lenir ou Katia, nas suas respectivas épocas lá em casa, faziam a massa, abriam com o rolo, cortavam os retângulos de 10 centímetros aproximadamente, faziam um corte no meio do retângulo e a gente passava uma ponta por esse cortezinho e "enrolava" a mentira. Depois era só fritar. Ficavam sequinhas...

Ops! Me ocorreu agora... Será que são chamadas de mentiras porque são enroladas?!

Mentirinha boa...

Quando eu fiz com as crianças, deixei que elas colocassem a mão na massa, lógico! Não vou negar, fica uma bagunça de trigo naquela cozinha que só vendo porque toda hora eles querem colocar mais trigo, mas vale a pena. Eles adoram se melecar na massa e depois ficam ansiosos para provar o que fizeram (fizeram mesmo!).

Para fazer a mentira tem que colocar 2 ovos numa tigela e misturar bem. Colocar 8 colheres (sopa) de açúcar e misturar bem também. Acrescentar 3 colheres (sopa) de manteiga e... misturar bem. Mais 1 copo de leite, 1 pitada de sal, 1 colher (sopa) de fermento em pó e trigo até dar o ponto (até conseguir esticar a massa, com pouco mais de meio centímetro de altura, sem grudar no rolo ou na mesa). Depois é o que escrevi acima: recortar retângulos de 3 ou 4 centímetros de largura por pouco menos de 10 centímetros de comprimento, fazer um cortezinho no meio do retângulo, passar uma ponta do retângulo pelo corte e puxar para o outro lado de volta. Fritar em olho bem quente e jogar um açúcar por cima depois de frito. Também pode-se acrescentar açúcar à massa durante o preparo se preferir mais doce. Eu fiz sem.

Minha filosofia na cozinha com as crianças é: a prática aperfeiçoa... tanto o prato que estamos preparando quanto a quantidade de sujeira produzida durante o preparo.

Gostinho de infância. Hum...

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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Malandro...

Teddy
O Teddy é o bichinho de dormir do Dudu (assim como a Mana tem o Sansão) e é esse aí do lado. Outro dia, antes de dormir, ele estava brincando com pai, na nossa cama, de esconder o Teddy para o outro achar depois. O Pedro já tinha escondido algumas vezes e o Dudu quis ser o próximo.

- Papai, agora é minha vez de esconder. Fecha os olhos.

O Pedro fechou os olhos. Dudu olha para todos os lados do quarto pensando onde pode ser o melhor esconderijo para o Teddy. Aquele em que o papai jamais desconfiaria que ele estivesse. De repente, pede:

- Papai, levanta as costas. (o Pedro estava deitado)


Dudu põe o Teddy embaixo do pai.


-Agora pode abaixar.


O pai abaixa com o Teddy embaixo dele.


- Pronto. Pode abrir os olhos e procurar o Teddy. (super feliz o Dudu estava)


Garoto "experto"... malandro é malandro...


;)


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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Comendo laranja

Assim como o Dudu, a Mana sempre comeu de tudo até 1 ano de idade. Depois disso, começam as seleções sutis até chegar à recusa total por certos alimentos perto dos 2 anos e à monotonia gastronômica dos 4 anos (arroz e feijão, macarrão, purê). Estou ansiosa para a próxima fase porque pior que está não tem como ficar.

Bem, mas a Mana, com seus 2 anos recém completos, já começa a se negar a comer certas coisas. Entretanto, como toda mãe de segundo filho sabedoura dessa peculiaridade do desenvolvimento infantil, fui esperta e notei que ela, desde um aninho, sempre ficava de olho no que eu estava comendo para me "imitar", por assim dizer. O que eu fiz? Comecei a comer de um tudo na frente dela perguntando se ela queria. A resposta era sempre positiva. De tal modo que ela mantém o gosto por certas frutas, por exemplo, porque eu consegui "provocar" a imitação no momento ideal, ou seja, aquele em que a criança te imita e "interioriza"que gosta daquilo [Sim, mães são doidas e têm esses pensamentos e teorias absolutamente malucos para os outros, mas absolutamente racionais e logicamente embasados para elas próprias].

Foi nessa história que a laranja entrou. Todo santo dia eu chupava uma laranja e a Mana sempre queria uma metade. No começo ela lambia a metade dela. Aos poucos foi se arriscando a dar mordidinhas para tirar o suco. Hoje, alguns meses após o início desse processo, ela me pede laranja assim:

- Mamãe, eu queio comê laranja.

- Filha, não é comer, é chupar.

Choro e ranger de dentes!

- Eu queio comêêêêêê!!!!

Ignoro esse pequeno erro no uso do vernáculo, em razão da idade da falante, descasco e corto a laranja em duas metades e dou uma a ela. Alguns minutos depois...




- Ok, filha, recapitulando: eu como laranja; tu comes laranja; ele come laranja; nós comemos laranja; vós comeis laranja; eles comem laranja.

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Presentes para o papai

Bom, esse texto está sendo escrito com quase um mês de atraso em relação ao dia dos pais "convencional", digamos assim, mas isso não é importante porque dia dos pais é todo dia! [boa saída para a minha demora em escrever, heim, papai?!]

Na verdade, a Paula, que me ajuda com tudo aqui em casa, está de licença maternidade e eu não consegui ninguém para substituí-la. Por isso, os dias têm sido mais corridos que de costume e não tenho conseguido escrever nada (embora continue registrando nossos pequenos-grandes momentos do cotidiano para quando for possível registrar aqui).

Nós chegamos de viagem no sábado véspera do dia dos pais. Depois do mês intenso e das compras que fizemos lá fora, o presente para o papai foi algo tão especial quanto só as coisas simples e feitas com as próprias mãos das crianças podem ser:

Esses maravilhosos bolinhos que NÃO cresceram...rs

Há tempos andava atrás dessa forma, mas só encontrava forminhas pequeninas individuais. Quando vi essa num supermercado perto da casa da minha irmã, não hesitei e comprei. Experimentei na primeira oportunidade, como se pode perceber, mas não com o resultado que eu esperava propriamente. Entretanto, foram feitos pelas crianças, para o papai, no dia dos pais!!! Quem se importa com o tamanho e a textura?!

O Dudu ainda insistiu para levar um para a coleguinha de sala com quem ele tem brincado muito ultimamente, a Beatriz [estamos de olho...]. Aliás, quando estávamos nos Estados Unidos, ele chupou um picolé e decidiu lavar o palito e guardar para trazer para a Beatriz. Isso mesmo, o palito. E não teve quem tirasse essa idéia da cabeça dele [estamos de olho...]. O melhor foi que a Beatriz gostou do palito e, segundo o pai dela, o guardou quando chegou em casa [estamos de olho...]. Fofurice das fofurices: ele também guardou um band-aid da "Dora, a Aventureira" na mochila para levar para a mesma menina, mas notei que ele trouxe o band-aid de volta. Perguntei se ele tinha esquecido de entregar e ele disse que não. "Ué?! Então por que vc trouxe de volta?", perguntei. "Porque fiquei com medo dela dizer que não gostava da Dora", respondeu ele!!!!! [ESTAMOS DE OLHO...] Não é a fofurice das fofurices???!!!!

Bem, na sexta seguinte ao domingo dos pais foi a festa dos pais na escolinha. Ainda bem que eles não perderam essa! As festinhas na escolinha deles, como tudo feito lá, são produzidas pelas próprias crianças. Elas ensaiam as músicas, fazem os próprios adereços para usar no dia da festa e os presentes para os pais. E no dia da festa realizam um trabalho com os pais (e com as mães no dia das mães, por exemplo), geralmente um brinquedo, para levar para casa. Uma graça.

A apresentação foi linda! Os dois, Dudu e Mana, ficaram sentadinhos e cantaram lindamente todas as músicas para o papai, que, todo orgulhoso, não cabia em si de tanta alegria. Os olhinhos brilharam durante a apresentação [os olhinhos do papai mesmo!]. Depois eles foram para o jardim para construírem juntos uma peteca. Terra num saquinho de plástico, nó no saco, saco plástico dentro de um saquinho de tecido (feltro) azul, duas voltas de elástico para fechar o saco azul, algumas penas coloridas enfiadas na abertura do saco, mais uma volta no elástico para apertar bem e está pronto!

Duas petecas para brincar!

O presente mais lindo, na minha opinião, veio mesmo num momento qualquer de um dia da semana depois do domingo de pais, na sala de casa, nem lembro em qual horário do dia... e o papai nem sabe ainda - vou contar por aqui. Notei que o Dudu não estava comendo os bolinhos que a gente tinha feito. Ok, isso não seria de todo estranho considerando que os bolinhos não cresceram, mas, mesmo assim, perguntei para ele o porquê de ele não querer comer. Ele respondeu: "Não vou comer para guardar para o papai comer quando chegar" (o Pedro estava viajando). Tem presente melhor?! Eu não consigo imaginar nenhum.

PS: Não poderia terminar esse post sem me redimir junto a toda a comunidade gastronômica mundial!!! Ontem, 06 de setembro, fizemos os bolinhos outra vez. Dessa vez coloridos. Mudei as medidas dos ingredientes, que já tinham sido feitas no olho, no olho novamente (Aliás, todos os meus bolos são feitos sem receita. Já falei isso aqui?! Te mete!!!) e os bolinhos ficaram divinos, modéstia à parte!

Prova!!!

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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Lisboa again

5 malas e 4 malas de mão depois... chegamos em Lisboa! Vovó Adelaide nos esperava no aeroporto e correu ao nosso encontro, como já é de praxe! Beijinhos, abraços, presentinhos, pequenas histórias da viagem... as crianças tinham muita coisa para contar!

Tivemos que tirar uma cadeirinha do carro e abaixar uma parte do banco de trás para caber tudo. Felizmente, não demoramos para chegar em casa. Depois, a sequência de praxe: presentinhos para a Vovó; presentinhos para as crianças; enquanto elas brincam com a Vovó na sala, o Pedro eu eu vamos desarrumando as malas, separo as roupas e preparo o banho; as crianças tomam banho e vão dormir voltam a brincar com a Vovó na sala; nós tomamos banho; uma comidinha para as crianças, que quase nunca querem nada por causa da diferença de horário; e tentativa de dormir.

Passamos essa semana sempre muito cansados (o Pedro e eu) porque as crianças dormem no carro durante o dia e depois demoram mais para dormir à noite. Na verdade, elas continuam fazendo os horários do Brasil e aí vale a paciência e o carinho da Vovó Adelaide e do Vovô Artur que providenciam comida pra gente em horários malucos para eles: almoço às 4 da tarde, por exemplo.

Dessa vez, os primos não estavam em Lisboa. Tinham ido de férias para a Áustria. O Dudu e a Mana perguntaram muito por eles. Fica para a próxima. Quem sabe já poderemos conhecer nosso(a) mais novo(a) sobrinho(a)?! Tia Susana e Tio João estão levando a sério aquela história do "crescei e multiplicai-vos".

Aproveitamos um fim de tarde de sol e calor e fomos à praia. Escolhemos Ericeira e foi uma feliz escolha. As crianças puderam brincar na areia, molhar os pezinhos na água, ir com o papai ao fundo e catar pedrinhas na beira do mar. Vou fazer algum trabalho de artesanato com essas pedrinhas como recordação dessa viagem.

Ponto para o papai e a mamãe que esqueceram as toalhas! A Mana acabou tomando um banho de água de bebedouro para tirar um pouco da areia.

Ericeira - Portugal

Depois de uma semana, era hora de voltar para casa. Refiz as malas para caber o que já tinha lá e mais o que a gente levava de Lisboa! Trabalho duro mas que deu certo, apesar da incredulidade do Pedro... ts, ts, ts, ts... homem de pouca fé! rs

Novas e torturantes despedidas, embarque, viagem tranquila, as crianças dormiram a maior parte do vôo, chegada, passagem pela imigração rápida, retirada das malas (foram as primeiras graças à prioridade), espera de um táxi grande o suficiente para a quantidade de malas, casa! Ufa! E pensar que nem vai dar para descansar... No problem. O importante é que fizemos uma viagem longa mas tranquila, que pudemos rever nossas famílias, que pudemos estar com eles, que as crianças se aproximaram mais dessas figuras tão importantes na nossa formação que são avós, avôs, tios, tias e primos.

Vamos programar a próxima viagem?

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