Em fevereiro, a Avó Amália, vó do Pedro, se foi. Era uma mulher muito forte e de personalidade. Sabia o que queria e dizia. Era muito querida pelo Pedro e para o Pedro. Ficamos muito tristes aqui... O Pedro estava em Nova York e dei a notícia por telefone.
Também falei com as crianças. É o tipo de coisa que elas sempre têm que saber. Disse que a vovó Amália tinha ficado muito dodói e que, como ela estava muito velhinha, os remédios já não puderam fazer com que ela melhorasse e ela morreu. Descobri que é importante dizer essa palavra. Os adultos, em geral, têm medo dela e projetam esse medo na criança, que, pelo contrário, precisa dela para fechar a questão. Se a gente não diz textualmente o que aconteceu, não define a situação geradora de angústia e isso abre espaço para fantasias - elas, sim, perigosas.
A gente não explica nada sobre o antes do nascimento para as crianças e, no entanto, dizemos: fulano nasceu! Mesmo assim as crianças lidam com o nascimento. Só muito mais tarde é que surgem os questionamentos sobre o "nascer", da mesmo forma sobre o "morrer". O "erro", se posso chamar assim, é que o adulto, que quer explicações porque já tem a questão posta, acha que a criança pequena também quer explicações. E ele não as tem para dar. Quem tem?
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E porque nascimento e morte são coisas da vida e porque esse blog é, no fundo, um blog sobre vidas, nesse mesmo post vou registrar a chegada do nosso Francisco, filho mais novo da Tia Susana e do Tio João. Ele nasceu em fevereiro e já está bem grandinho agora. Ainda não o conhecemos pessoalmente, só o Pedro. Achei que ele lembra o Dudu quando bebê, mas as fotos às vezes podem enganar. Tiro a prova pessoalmente!
Como moramos longe dos primos, tios, tias e avós, sempre, em todas as oportunidades, gosto de falar deles para os meus filhos. É uma maneira de mantê-los aqui perto. Depois que eu contei sobre o nascimento do Francisco para as crianças, elas estão sempre lembrando dele.
- "Mamãe, eu tenho agora 5 primos!" - diz o Dudu e a Mana.
E a vida segue.
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