quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sabina e Planetário

Já há algum tempo eu tinha descoberto um local em Santo André chamado "Sabina - Escola Parque do Conhecimento" em razão de uma pesquisa sobre música que eu estava fazendo. Deixei a opção reservada para ir com as crianças um dia. Esse dia chegou. Na verdade, mais por causa do Planetário que eles têm lá do que propriamente do Sabina. Explico:

Na semana passada, estava aqui pesquisando locais para ir com as crianças nas nossas próximas férias em Lisboa quando inventei de pesquisar por um planetário aqui em São Paulo. Achei o Planetário Johannes Kepler. Ele fica justo no Sabina. Olhando o site do Planetário fui até o do Sabina e pronto. Estava decidido o domingo! Combinei com a mãe de uma coleguinha da Mana e fomos.

Chegamos lá ao meio-dia, estacionamos e compramos os ingressos para o Planetário e para o Sabina (R$15,00 ao todo). A sessão no planetário seria só às 13:30hs e aproveitamos o tempo antes para almoçar. Quer dizer... almoçar talvez não seja a palavra certa. Tentamos dar alguma coisa para as crianças comerem. Um espaço educativo próprio para crianças com uma lanchonete que só serve algumas opções de frituras, refrigerantes, sucos artificiais e 4 opções de massas pouco saudáveis e demasiadamente cobertas por molho de tomate concentrado e industrializado me parece, no mínimo, pouco coerente. Talvez fosse o caso da administração do local observar melhor isso aí. Acho que vou escrever para eles apontando isso. Quem sabe?!

Bem, elas não comeram quase nada e eu também achei que não era o caso de insistir. Enquanto ainda não dava a hora da sessão no planetário, elas foram brincar num parque dedicado à física: brinquedo para brincar com o eco da própria voz, gangorras que demonstram o sistema de alavancas, bolas de sabão, coisas do tipo. Não queriam mais sair de lá.

Faltavam 5 minutos para as 13:30 quando seguimos para o Planetário. Entramos, nos acomodamos e aproveitamos o show de imagens projetadas na cúpula redonda. Tudo muito bonito e interessante. Lógico que as minhas crianças ainda não têm idade para aproveitar toda a parte educativa do planetário, mas vale demais a experiência e o contato com o cosmos e a idéia da imensidão do universo! A Mana perambulou entre o meu colo e o colo do pai. O Dudu ficou sentadinho prestando atenção em tudo.

Sol na entrada do Planetário

Depois da sessão as crianças queriam voltar ao primeiro parque (da física), mas eu sabia que ainda teríamos muitas coisas para fazer e os convenci a ir ao parque ao lado: da música. Vários instrumentos musicais gigantes para eles explorarem.

Imagina o barulho aqui! Felizmente, não tinha muita criança.

Tiranossauro Rex



Eles se divertiram um pouco, mas não nos demoramos muito aqui. Seguimos para visitar outras áreas do Sabina. Primeiro vimos os pinguins gracinhas nadando, depois o dinossauro gigante, cobras, o tubarão e moréias. Entramos numa boneca gigante inflável como se fossemos a comida. Isso mesmo: entramos pela boca e saímos por onde sai o coco! Ó céus!!! O que temos que passar nessa vida pelas crianças! :)

O Pedro pegou senhas para irmos numa "nave". Um simulador que nos leva de avião do Sabina até uma ilha em Santos, passando por várias reservas ambientais da cidade de Santo André e finalizando embaixo d'água (em Laje de Santos) vendo os animais da fauna marinha do local. Bacana, mas saí mareada com o balanço do simulador... rs




Haja osso pra desenterrar!
Ainda na parte onde estão os dinossauros, as crianças brincaram de arqueólogos. Há alguns ossos de dinossauros para serem descobertos com os pincéis típicos desses profissionais. As crianças ficaram bastante tempo aí e voltavam várias vezes, entre uma atração e outra.

No segundo andar há uma infinidade de coisas para fazer e experimentar relacionadas à física, sobretudo. A maioria das coisas ainda não são para a idade deles, então, valeu pela diversão. De um modo geral, posso dizer que o parque é destinado a crianças maiores, talvez a partir dos 8 anos. Entretanto, isso não quer dizer que não recomendo para crianças menores. Foi uma rica diversão para nós!

Quando voltamos para casa eles estavam cansados e suados. E o Pedro e eu esperançosos de que isso se refletisse numa longa e calma noite de sono para eles e, consequentemente, para nós!




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Cenouras

No final de outubro, Dudu chegou em casa da escola e foi categórico:

- Mamãe, quero plantar cenouras.

- Tudo bem, disse eu.

No final de semana, eu, cujo currículo como agricultora se resume aos feijões plantados no algodão na escola, segui com eles até uma floricultura e comprei um vaso retangular com a maior profundidade que encontrei, terra adubada e argila expandida. Este último item só trouxe porque a vendedora colocou no balcão para eu trazer sem nem me perguntar se eu queria. Presumi que era um item fundamental e comprei sem qualquer objeção. Em casa, corri para a internet e descobri que isso deveria ir no fundo do vaso para evitar acúmulo de água. Sou devota de Santa Net e São Google!

Bem, alguém que esteja lendo este post com alguma atenção deve estar se perguntando: "E as sementes da cenoura?". Pois é... essa foi a maior novela. Demorei bem umas duas semanas para conseguir. Vasculhei todas as floriculturas da região e não achei sementes de cenoura em nenhuma delas. Até que na minha última tentativa, o atendente foi super simpático e me ofereceu o básico: "Quer que eu encomende para você? Chega na quinta!". Ufa! Até que enfim um vendedor que quer vender! Como estão raros, não?! ;)

Na quinta passei lá toda feliz. Estava com a Mana no carro. E... não havia. Prometeu que chegaria na segunda. Fazer o quê? Voltei lá na segunda e... tinha! Minha saga em busca das sementes de cenouras terminava ali. Comprei também umas sementes para plantar algumas flores para a Mana (ainda bem que estou escrevendo esse post, porque tinha esquecido completamente das flores dela, tadinha!!!! tenho que agilizar isso aí!).

Quando cheguei em casa: a surpresa para o Dudu! Ele ficou todo feliz. A Mana também entrou na onda. Fui explicando como se planta uma cenoura para eles com a sabedoria do mestres ancestrais pioneiros no cultivo de cenouras acumulada ao longo de milênios e transmitida de geração em geração de acordo com o que eu li no google - mas dessa parte do google eles não precisam saber. Depois de colocar a argila e a terra, pedi que eles fizessem com o dedinho indicador os furinhos na terra para colocar as sementes. Como as crianças são felizes!!! A elas basta a simplicidade das coisas! Coloquei um pouquinho de semente na mãozinha delas e elas foram preenchendo os buraquinhos. Elas adoraram fazer isso.

- Pronto! A parte mais fácil já está feita - disse eu. Agora vem a parte mais difícil e mais importante: cuidar das cenouras! Todos os dias vocês devem regar as sementes, o Dudu de manhã e a Mana no fim de tarde. Logo, logo, vão aparecer as folhas e quando for a hora colhemos as cenouras.

Desde então elas têm regado as cenouras, que já estão bem crescidinhas:

Já passou pouco mais de um mês!

Ok... ok... alguns dias nós esquecemos de regar, mas a chuva compensa! :)

Agora eu tenho que descobrir quando é que podemos colher. Depois de colhidas, vou tirar fotos e registrar aqui.

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Dicas da Mana

Daí que eu tava no carro com o Dudu e a Mana e meio que me perdi. Entrei numas ruas que não conheço ainda e muitas são sem saída... enfim! Uma bela hora, depois de perceber que andei em círculos, comentei alto:

- "Acho que estamos perdidos".

Dudu: "Perdidos? E agora?"

Mana: "Eu sei onde a gente está!"

Dudu: "Onde?"

Mana: "Vou dar uma dica: pé."

Dudu: "Pé?! Pé o quê?"

Mana: "Perto da árvore!"

Dudu e eu caímos na risada!!!

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Só para esclarecer

Parei o carro em frente à escola da Mana hoje para deixá-la. Quando a tirei da cadeirinha, ela pediu com a voz mais doce do mundo:

- "Mamãe, você pode levar aquilo pra mim que é muito pesado e eu não aguento?"

"Aquilo" era uma folha de papel. Só para esclarecer.

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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Lygia Clark: uma retrospectiva

Eu estou sempre a procura de atividades para fazer com as crianças. De todo tipo. Tudo o que pode ser interessante para elas, me interessa, por assim dizer. E quando elas ficam felizes com a atividade escolhida, eu fico mais feliz ainda!

Falando especificamente das atividades culturais, tenho dificuldade em encontrar algo que não seja teatro, contação de histórias, musical ou shows. O teatro e a música realmente dominam esse "campo". Gosto das duas coisas, mas acho que não precisamos ficar por aí. Foi, por isso, com especial atenção que li o e-mail que recebi do Itaú Cultural sobre uma exposição em cartaz até o próximo domingo, dia 11/11/2012, da Lygia Clark. Havia a possibilidade de agendar uma visita para a família conhecer a exposição com os guias da instituição. Com mais um detalhe: para crianças a partir de 3 anos. Perfeito! Dois destaques: exposição para crianças e ainda por cima até para as de 3 anos! Isso, definitivamente, não é comum.

Nem pestanejei. Liguei e agendei a nossa visita. Mas... o Pedro precisou viajar e tive que desmarcar. Mas... remarquei para o último sábado (03/11)! E lá fomos nós. Eu estava com uma boa expectativa e ela se confirmou! Foi uma experiência deliciosa que rendeu muitas indicações minhas para as mães dos coleguinhas das crianças. Espero mesmo que elas consigam ir nesse final de semana.

Chegamos às 11 horas e esperamos um pouquinho para o instituto abrir e os guias nos identificarem. Enquanto isso, aproveitamos para fazer um lanche - o que se revelou muito útil porque a visita demora 90 minutos e as crianças ficariam famintas bem no meio da visitação.

Só estávamos nós e uma outra família com uma criança. Os guias foram muito simpáticos desde o início, puxando papo com as crianças, atiçando a curiosidade delas para o que poderiam encontrar na exposição... O primeiro passo foi escrevermos nossos nomes nos crachás. O Dudu escreveu no dele, no do Pedro e no meu. A Mana escreveu o M e o Pedro completou o nome dela. Eu também pedi que ela fizesse uma bolinha rosa no meu para enfeitá-lo. Depois disso, seguimos para a primeira parte da exposição no piso térreo mesmo.

Achei muito bacana começar por ali porque as crianças já ficaram animadas com a atividade: colocaram sapatos com imãs e andaram numa superfície que ora atraía o sapato, ora o repelia! Os guias faziam questão de aguçar a percepção delas para essa variação. Elas deram dois nomes para esse espaço: Planeta Imã e Planeta Cola.

Depois, seguimos numa "nave espacial" (foto no Ipad) para o andar superior onde estão algumas peças da Lygia Clark que remetem mesmo à imagem de uma nave espacial. Lá, elas puderam mexer e remexer, quantas vezes quisessem, em várias peças! A Mana adorou!!! Ficou um tempão com uma peça explorando as suas "dobras". Enquanto isso, os guias iam conversando com ela sobre as características dessas peças. Já o Dudu, preferiu olhar os quadros. Na verdade, ele só sossegou e voltou a se concentrar na exposição quando conseguiu descobrir as posições do grid de largada do GP de Abu Dhabi do dia seguinte. A classificação foi justamente naquele horário. Então, ele se concentrou numa peça e conversou sobre ela com os guias, que registraram muita coisa em vídeo (com a nossa devida autorização, diga-se de passagem).

A visita com os guias terminou por aí, mas ainda havia muito a explorar! Aproveitamos logo para explorar a instalação neste mesmo andar. A Mana ficou com receio de entrar porque era muito escuro lá dentro, mas quando ela viu a empolgação do irmão na saída, não teve dúvidas: ia entrar comigo. Sim, porque o Dudu quis ir de novo. E de novo. E de novo. E se eu não dissesse que não era mais possível, desconfio que estaríamos lá até hoje.

Na sequência, fomos ao primeiro subsolo: há uma rede de elásticos utilizada pela artista que os visitantes podem manusear e ir "completando". As crianças adoraram e foram fazendo do jeito que elas sabiam e podiam. No andar abaixo elas exploraram as salas com projeções de imagens da rua, como se a gente estivesse andando ali, os óculos para duas pessoas, algumas peças de saco plástico com água e conchas dentro e até algumas máscaras. Lógico que a exposição é MUITO mais do isso. Estou só destacando algumas das partes que as minhas crianças mais gostaram. E elas gostaram muito! Foi com muito custo que as convencemos a sair. E confesso que eu também saí de lá com vontade de ter ficado mais tempo. Mas... tínhamos que ir!

Já no carro, estava colocando o cinto de segurança da Mana, quando ela me perguntou: "Mamãe, como foi que você descobriu esse lugar? É muito legal!". Ao que o Dudu completou: "Eu também gostei muito, mamãe!". Os dois sorriram. E o coração dessa mãe sorriu também.

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A linha mágica

No domingo retrasado, estivemos no Teatro Alfa para ver a peça "A linha mágica". É uma história sobre o tempo e, portanto, sobre a vida; sobre a passagem do tempo e, portanto, sobre a passagem da vida. Eu gosto de colocar as crianças em contato com esses temas. Tenho a sensação de que elas vão aprendendo a ver além do superficial das coisas. Lógico, a peça não é um tratado sobre "O tempo e a vida"! Mas é um jeitinho discreto de falar sobre isso com as crianças.

As personagens principais são estudantes e aquela rotina de escola (prova, aulas com livros e ditados) ainda está distante da realidade das minhas crianças tão pequeninas. Entretanto, não acredito que precisamos entender exatamente o contexto para apreender a mensagem. Ainda mais em se tratando das crianças pequenas, que vão muito além da racionalização da maioria dos adultos. Quanto menores, mais é o emocional que domina a relação delas com o mundo. Por isso, toda forma de arte encontra terreno fértil nas crianças.

Pesquisei, mas não encontrei o site da Fabulosa Companhia, que montou o espetáculo. Fiquei com vontade de conhecer mais o trabalho deles. Será que eles trabalham esses temas em outras montagens?

Tirei a foto daqui

Só não consigo mesmo entender como o estacionamento do teatro pode custar R$28,00!

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