segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Delírios noturnos...

Todas as fases do desenvolvimento de um bebê são mágicas. Todas elas têm o seu quê, o seu encanto, a sua particularidade... Mas de todas (sorrir, rolar, sentar, engatinhar, falar, comer, comer sozinho, dar tchau e qualquer outra da fase de bebê), nada me surpreendeu mais, na minha experiência pessoal com meus filhos, do que o andar. Andar sobre duas pernas somente!!! Sair da estável posição de ter quatro apoios (dois braços e duas pernas no engatinhar)...

Tantas coisas eu já pensei vivenciando e relembrando essas cenas dos meus filhos que ainda me falta tempo para digerir tudo o que isso me inspira. Hoje eu consegui colocar para fora a cena em si... hipotética e intuitiva... uma cena-modelo, digamos assim, do aprender a andar. Por enquanto, é isso.

‎"É espantoso observar todo o processo que leva um bebê a andar: ele se agarra em algo e com a força dos braços e das pernas fica de pé... não dá para acreditar que aquelas perninhas vão segurar o peso do corpo... parece que vão se curvar... mas ele se sustenta... cambaleia... as pernas tão acostumadas a ficarem dobradas vão se aguentar estendidas?... o bebê nem pensa nisso... está de olho num objeto próximo... "ele terá coragem?", pensa quem olha... estende a mãozinha para calcular a distância... quase não se pode acreditar que ele vai conseguir movimentar uma das pernas que o sustenta... mas ele a movimenta... cambaleia... "ele terá coragem?", pensa de novo quem olha... o bebê solta uma mão... pezinhos tão pequenos para um corpo tão grande por cima... movimenta a outra perna... cambaleia... se quiser chegar ao alvo, terá que movimentar a única mão que o apóia... "ele terá coragem?", pensa novamente a única pessoa que está pensando na cena... conseguir manter o corpo ereto e se locomover com somente duas pernas parece tão fora de todos os padrões da física... parece tão óbvio o fim trágico... tão instável... "por quê? pra quê?", pensa a única pessoa da cena que quer respostas ou motivos... de repente... ele solta a outra mão! ele solta a outra mão!... movimenta novamente uma perna e outra e seus braços abertos se agitam como se procurassem um apoio imaginário... parece tão improvável que a reação instintiva de quem vê a cena é ir segurá-lo... surpreendentemente ele não volta atrás... meio desengonçado, meio torto, meio sem jeito... ele... cai! O bebê cai!... e chora... e chora... e olha para um objeto ao lado... e se aproxima dele... e agarra o objeto com a força dos braços e das pernas e fica novamente de pé... e faz tudo e.xa.ta.men.te igual... como se não tivesse caído antes... como se não tivesse chorado... como se não tivesse doído... até que num momento qualquer ele segue... um passo... outro... não cai... mais um... e pronto!... chegou ao alvo inicial!... andou!!! afinal, é perfeitamente possível andar sobre duas pernas!... com o tempo, vai ser até fácil e natural! Nosso bebê conseguiu andar! Isso não diz muito sobre a espécie humana???"

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Villa-Lobos das crianças

Esse foi o espetáculo do último final de semana. Era o último dia da temporada e eu nem sabia. Sorte a nossa que ainda fomos a tempo! As crianças reconheceram o teatro. Achei isso tão legal. A Mana começou a fazer os barulhos do Tum Pá e o Dudu foi mais explícito: "Mamãe, esse é o teatro do Tum Pá, lembra?!".


O "Villa-Lobos para crianças" traz todas aquelas musiquinhas que a gente lembra da infância, cantadas e tocadas com suavidade. As ações dos músicos e atores no palco têm uma delicadeza que nos contagia. O tempo passa rapidinho e devagar ao mesmo tempo! Ouvimos (e cantarolamos): O cravo brigou com a rosa, Terezinha de Jesus, Cai cai balão, Sambalelê, entre outras.

Na saída, compramos um catavento e um ventiladorzinho com luzes utilizados pelos atores durante o espetáculo. Haja negociação com as crianças para definir quem brinca com qual primeiro, quem brinca depois, quanto tempo cada um brinca com um... Faz parte! Deu tudo certo.

PS: Chegamos quase uma hora antes do início do espetáculo para estacionarmos mais próximo ao teatro. Por isso, andamos pelas ruas de Perdizes sem muita pressa e sem destino. Acabamos numa banca de revistas e as crianças escolheram uma revistinhas de atividades. Eu adoro ir em banca de revistas com eles! A Mana vidrou na revista das princesas que vinha com uma lanterna da Pequena Sereia. O Dudu viu logo uma do Happy Feet 2. Ele tem visto muita propaganda do filme e fala muito nele. Acho que já sabemos qual será o próximo programa.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Exames e tratamentos com glamour!

Susto na semana passada! A Mana estava gripada e começou com uma febrinha na madrugada de sábado para domingo, que foi aumentando nos dias seguintes. Na madrugada de domingo para segunda fiquei realmente assustada. O Pedro estava viajando e eu estava sozinha com as crianças. Se precisasse ir ao hospital de urgência...

Notei que não era uma gripe como as outras (mesmo como aquelas em que precisou tomar antibiótico): o coraçãozinho dela batia muito rápido e meio descompassado, achei; a respiração era rápida e curta e a febre custava muito a ceder. O Pedro chegou na segunda e a febre começou a ficar espassada, o que me tranquilizou. Mas na terça (feriado), a febre ainda se mantinha. Medi: 39,1 graus!!! Liguei para o pediatra. Expliquei como a Mana estava e se era melhor levá-la ao hospital logo ou dava para esperar até o outro dia e levá-la ao consultório dele. Eu sempre prefiro levar ao pediatra. Tem me angustiado muito essa coisa dos plantonistas de ouvirem "gripe", "nariz escorrendo" e outras palavras do gênero e imediatamente pedirem raio X. Não que seja radicalmente contra, mas acho que precisa haver critério. Um examezinho clínico primeiro é muito?!

Bem, fiz essa pergunta ao pediatra porque tenho muita confiança nele. A recomendação foi entrar com uma medicação para o "chiado" da Mana (Prelone) e ir ter com ele no dia seguinte. Assim fizemos. Ele examinou a minha pequena e confirmou que o pulmão esquerdo estava apanhado, mas precisava analisar o quanto, por isso deveria mesmo fazer o raio X. Beleza. Vamos a isso. O hospital fica bem em frente ao consultório dele. Nessa hora eu já sabia que teria que ser ligeira: a Mana não gosta nem de ouvir falar em hospital e na única vez em que precisamos fazer um raio X dela foi um deus nos acuda! (inclusive, esse raio X foi pedido pelo plantonista na ocasião sem muito "critério"... me arrependi fortemente de ter feito esse exame... mas, muitas vezes é difícil "bancar" certas coisas quando o que está em jogo é o sua filha doente... paciência. Ficou algum aprendizado daí).

Com cheirinho de
 tutti-frutti ainda por cima!
Enquanto descíamos para a rua, falei com a Mana: "O que vc acha da gente ir tirar uma foto agora?". (Sim! Eu explorei a vaidade da menina!!! rs) Mana: "Eu quero!". E assim foi. Ela aguentou todo o tempo da espera na expectativa dessa foto. A moça que fez o raio X foi muito simpática, o que ajudou muito. Logo de cara já deu uma caixinha rosa para a pequena - rosa, todos sabem, linguagem universal das meninas de 2 anos. Entrou no clima de que seria uma foto, colocou o aparelho na vertical, elevou o local onde a Mana ficaria e pôs ela sentadinha... Aí foi só na manha: "segura nessa bolinha de um lado", "segura nessa bolinha de outro" (para ficar com os braços abertos), "dá um sorriso", "levanta a cabeça", "pronto!", "agora vira de lado", "segura a bolinha com as duas mãos", "levanta a cabeça", "isso!".

Quando ela entregou as radiografias prontas, a Mana fez questão de as levar. Queria porque queria colocar dentro dessa coisinha rosa. Como?! "Não cabe, Mana". Ela não se conformou. Dei uma foto dela que trago na carteira e mais uma questão resolvida. Já na garagem para vir para casa, o papai chegou de taxi, preocupado como estava com a princesinha. Trouxe o atual biscoito favorito dela: Trakinas! :)

Já em casa, demos todos os remédios e cama! Mas... em vez de melhorar, a Mana piorou. Passou a noite inteirinha tossindo ininterruptamente. Foi sofrido ver a bichinha tossindo tanto sem ter o que fazer. Logo que amanheceu, liguei para o pediatra que deu algumas instruções de medicamentos para diminuir a tosse. Nessa manhã, a Mana não falou uma palavra. Defintivamente isso não é um bom sinal. Com uma mãe, 3 tias e 2 avós que falam pelos cotovelos, essa situação realmente não condiz com o histórico... com a genética dessa criança. Só ao meio-dia ela sentou no sofá e disse duas frases. Alívio. Agora eu sabia que estava tudo bem!

Desde então ela vem se recuperando a passos largos. O mais engraçado é quando ela vai fazer inalação (4 por dia). Ela implicou com a fumacinha no olho dela. Rapidamente o "Setor de invencionices para grandes emergências" aqui de casa (eu) inventou mais uma: "Vamos colocar o óculos de sol rosa que a Vovó Adelaide mandou para proteger o seus olhos, Mana!". Luzinhas de "glamour à vista" piscando dentro da cabecinha da Mana, que retribuiu à idéia com um sorriso de satisfação.



A pessoa fica debilitada mas não perde a pose jamais, né, minha gente?! Tenho que tirar uma foto da cena para a posteridade!





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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Teleférico e parapentes...

No final de semana passado, a gente saiu para ir ao Museu do Mar em Santos. Mas, no meio do caminho tinha uma pedra... Não! No meio do caminho tinha uma placa dizendo: "Teleférico". O Pedro olhou para mim, eu olhei para ele, nós olhamos para as crianças dormindo... Bem, ainda faltava um pouquinho para elas almoçarem. Resolvemos ir ver como seria o tal Teleférico de São Vicente.

Não foi difícil encontrar. Bem à beira-mar. Também não foi difícil estacionar (surpreendentemente!). Alguém tirava o carro no exato momento em que passávamos. Saímos do carro e passamos protetor nas crianças. Compramos nossos ingressos e seguimos por uma rampa, nos posicionamos (Dudu no meu colo e Mana no colo do pai), sentamos na cadeira e subimos devagarinho... primeiro passamos por cima da avenida que margeia o mar e vimos os carros lá embaixo. As crianças ficaram contentes. "Atenção! Não pode mexer muito o pezinho se não as crocs vão cair lá embaixo e não tem como pegar de volta!". E elas se comportaram lindamente. O céu estava azul e o pedaço de Mata Atlântica na nossa frente tão verdinho que dava gosto... macaquinhos no meio das árvores (e a Mana teve um certo medinho...), ventinho suave no rosto, cheiro de mar, barulho de passarinho, pés batendo nas folhas das árvores... sossego.

Lá no alto, para onde estávamos indo, um colorido especial de parapentes! Vários!!! Fomos ver a saída de alguns. Já com fome, descemos o teleférico contando os parapentes e falando das suas cores. Dudu viu um que era quase igual às cores do Herbie (referência-mor...rs). E aos pouquinhos, a linda paisagem do mar foi se descortinando por entre o verde da Mata Atlântica:





Já na chegada ao ponto de descida, ainda brincamos com uns passarinhos que estavam saltitando na grama. A gente tinha trocado de lugar: eles na terra e a gente no ar!

Comprei duas fotos que tiraram da gente na chegada e seguimos para um quiosque ao lado para almoçar. Espetinho de frango e linguiça com batata e mandioca frita. Todo mundo comeu. Pedro foi até o mar molhar os pés na água com as crianças. Hora de ir para casa! "Não! A gente quer ia mais uma vez lá em cima!", disseram Dudu e Mana. Como dizer "não" para uma experiência tão agradável e descompromissada? Mais uma subida lenta e tranquila. Dessa vez, vimos um fusquinha passando na avenida enquanto subíamos. Mais parapente lá no alto. Mais árvore batendo no pé. Mais carinha de sossego das crianças recostadas no nosso peito, com o sol e o vento obrigando que elas fechassem os olhinhos e relaxassem...

Volta para casa tranquila.

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sábado, 12 de novembro de 2011

Trocando as bolas

Cena 1. Quarto.

Pedro: Mana, qual a cor do cavalo branco de Napoleão?
Mana: Não sei.
Pedro: Branca.
5 segundos depois.
Pedro: E qual a coisa, qual é ela, cai no chão, fica amarela?
Mana: Não sei.
Pedro: O ovo.
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Cena 2. Cozinha. Karol lavando a louça. Na sequência da conversa anterior com o pai, a Mana chega na cozinha.

Mana: Mamãe, qual a cor do cavalo branco, cai no chão é o ovo?
(momento difícil para a mãe segurar o riso)
Karol: Não sei...
Mana: Branco!

Mana sai toda contente e saltitante.

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Cena 3. Mana retorna ao quarto e repete com o Pedro a sequência de perguntas e respostas anteriores.

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Cena 4. Cozinha novamente.

Mana: Mamãe, qual a coisa que cai no chão e fica amarela?
Karol: Ah... o ovo?
Mana: Não. Branco!

Novamente ela sai contente e saltitante.

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Museu do Futebol

Com o friozinho de arrebentar da semana passada, optamos por passeios in door. No feriado da quarta-feira passada, 2 de novembro, fomos parar no Museu do Futebol. "E as crianças aproveitaram?", algumas pessoas me perguntaram quando contei. Eu digo o seguinte: aproveitar, aproveitar mesmo só quem é fissurado em futebol. Tem MUITA informação bacana ali. Aquele museu não é para amadores... Vc sabe a escalação inteira (incluindo banco de reservas) da seleção brasileira no jogo contra a Venezuela em 1983? Não? Então vc não vai aproveitar todo o potencial do museu. Desculpe.

Maaaaaas, isso não quer dizer que não possa ir e se deliciar com as imagens de jogadas antigas, do tempo que vc nem era vivo; que não possa rever e sentir a emoção da narração de jogadas espetaculares de copas passadas que vc assistiu e vibrou; que não possa se arrepiar com a reação da torcida em determinado ponto da exposição e perceber a reação dos seus filhos a esse momento; que não possa jogar deixar seus filhos jogarem um futebolzinho virtual e ter que administrar a disputa dos dois pela posse de bola única e exclusiva (da série: "Ensinando seus filhos a importância de se compartilhar - edição museu"); que não possa brincar deixar seu filho brincar de chute a gol; que não possa ver um certo jogador famoso exibindo suas habilidades com embaixadinhas num filme em 3D; que não possa passar pelo restaurante na saída e resolver almoçar por ali mesmo - arroz, feijão, farofa, linguiça e carne, salada e mais um sorvete de sobremesa.

Pois foi isso que fizemos! Agora estou tentando achar o outro ingresso para ver se consigo acessar a foto tirada do Dudu no momento em que ele participou do chute a gol.



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